A Casa da Música arranca o ano de 2019 com um dos mais bonitos concertos do ano. Tito Paris, a grande voz da música cabo-verdiana, apresenta a 12 de Janeiro o tão aguardado álbum de originais, “Mim ê Bô“. Uma obra multicultural que abraça a imensidão do mundo lusófono, marcado pelas influências e vivências do Filho querido de Cabo Verde.
O novo e mais recente trabalho de Tito Paris ilustra a diversidade cultural que tem acompanhado a vida do músico, com profundas raízes cabo-verdianas e de laços muito fortes a Portugal, Angola, Moçambique, Brasil e outros países lusófonos. Composto por 13 temas, “Mim ê Bô” faz jus às raízes de Tito Paris que, com a sua voz rouca e inconfundível, canta em crioulo. O disco foi feito com a devida calma, sem pressões, pois “um álbum é uma obra de arte, é um trabalho que fica para lá do tempo de vida do seu actor”, explica Tito Paris.
“Mim ê Bô“, o single de apresentação e que dá ainda nome ao disco, foi inspirado numa bonita história de amizade, agora eternizada numa coladeira bem ao estilo de Tito Paris. Há ainda uma merecida homenagem ao rei da morna, Bana, que gravou o tema “Resposta de Segredo Cu Mar”, da autoria de B. Leza, pouco antes de falecer.
A Casa da Música vai, assim, funcionar como palco de um encontro de culturas, em que o Porto será o epicentro da Lusofonia. “Mim ê Bô” não deixa de oferecer o que Tito Paris sempre nos habituou: um disco composto por mornas e coladeiras; mas, à mistura, introduz uma fusão de ritmos quentes, nada estranho aos nossos sentidos.
A missão de Tito Paris na Casa da Música é, nada mais, do que trazer para junto do público português a história de Cabo-Verde e a Lusofonia que tanto acredita. O músico defende, pois, que é mais aquilo que aproxima os povos de língua portuguesa do que propriamente separa. Há, sim, uma barreira geográfica que é, de forma memorável, ultrapassada pela união e vivência cultural. E “Mim ê Bô” é símbolo desta vitória: uma ponte entre culturas.
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Fotografia (capa) – Claridalia