Considerados uma das mais populares e importantes bandas do Reino Unido, os Suede foram os responsáveis pelo primeiro passo da revolução da pop britânica dos anos de 1990. A banda inglesa empurrou o indie pop/rock para bem longe de todo o ciclo vicioso de misturas entre shoegazing e dance-pop instauradas pelo movimento Madchester e devolveu a pureza e misticidade ao pop britânico.
Inspirados pela extravagância de David Bowie e pelo pop romântico dos The Smiths, os Suede criaram melodias com fortes e arrebatadoras guitarras e sonoridades sombrias e descaradamente ambiciosas. O álbum de estreia da banda, Suede (1993), atraiu de imediato a atenção da imprensa especializada, mas foi com o terceiro disco de originais que alcançaram o primeiro sucesso comercial: Coming Up, de 1996, atingiu o número um no Reino Unido. Head Music (1999) e A New Morning (2002), continuaram a afirmar o quinteto como uma das mais importantes bandas da cena musical inglesa. Após muita especulação e uma longa pausa de sete anos, os Suede regressaram aos palcos e editaram Bloodsports (2013), que segundo o vocalista Brett Anderson, resulta de uma mescla de sonoridades presentes em Dog Star Man e Coming Up. Mais recentemente, em Setembro de 2018, os Suede apresentaram o oitavo álbum de estúdio, The Blue Hour, um disco produzido por Alan Moulder que nos transporta até às raízes do rock alternativo.
Para trás ficam as confirmações de Alvvays, Jonathan Wilson, Connan Mockasin, Balthazar, Boogarins, First Breath After Coma, Krystal Klear, Romare (DJ Set), Flohio, Crumb, Yellow Days, New Order, Spiritualized ou Father John Misty.
Misturas de segmentos pop, como o indie pop, dream pop e twee pop formam as melodias rítmicas de Alvvays. A banda natural de Toronto nasceu da vontade de Molly Rankin em seguir as pisadas do pai – filha de John Morris Rankin, membro da popular banda canadense The Rankin Family – e com a ajuda da amiga de infância, Kerri MacLellan, em 2010 editou o primeiro EP a solo She. Mas rapidamente, Rankin transformou a sua visão musical num quinteto, ao qual se junta Kerri MacLellan, Alec O’Hanley, Brian Murphy e Phil Maclsaac.
O furor que o tema “Adult Diversion” causou nas plataformas online atraiu a atenção da editora Polyvinyl Records e garantiu à banda o lançamento do disco de estreia, Alvvays (2014). Amplamente aclamado pela crítica, o álbum homónimo, proporcionou a Alvvays inúmeros concertos, inclusive a passagem por alguns dos maiores festivais de verão como o Glastonbury em 2015 e o Coachella em 2016. Entre apresentações, a banda continuou a desenvolver novos temas, mas foi Rankin que acabou por escrever o segundo álbum de originais quando se isolou numa escola abandonada nas Ilhas de Toronto. Gravado entre Los Angeles e Toronto o resultado pode ser ouvido em Antisocialites, lançado em Setembro de 2017.
Jonathan Wilson nasceu em 1974, mas a sua música transporta-nos para um período anterior ao seu nascimento. Sonoridades profundas e ao mesmo tempo suaves relembram-nos o período rock do final de 1960 e do início de 1970. A infância do artista, natural da Carolina do Norte, foi recheada de música. Em 1995, ao lado de um amigo do infância Benji Hughes, formou Muscadine. Logo após o lançamento do primeiro e único álbum, Balad of Hope Nicholls (1998), o duo segue diferentes rumos e Wilson decide viajar e aprender artes artesanais com as comunidades hippies que visitou. Ao longo desse percurso, adquiriu algumas noções de engenharia de som e uma variedade de equipamentos analógicos de gravação, o que permitiu ao músico abrir o seu estúdio de gravação e produzir discos de grandes figuras do universo musical como Erykah Badu, Elvis Costello e Phil Lesh.
O primeiro projecto a solo, intitulado Frankie Ray, foi editado em 2007 e Jonathan Wilson decidiu liderar todos os instrumentos presentes em cada tema, mas em 2011, o segundo disco, Gentle Spirit, já conta com a participação de vários músicos como Gary Louris, Chris Robinson, Barry Goldberg e Gary Mallaber. Mais recentemente e após acompanhar Roger Waters e Meshell Ndegeocello em digressão, Jonathan Wilson está de regresso com Rare Birds, o ambicioso quarto álbum de estúdio que conta com a colaboração de Father John Misty e Lana Del Rey.
O neozelandês Connan Hosford colheu os resultados dos primeiros sucessos no universo musical enquanto vestia o papel de carismático frontman dos Connan & the Mockasins. Apesar do êxito deste projecto, Hosford sentiu que o pop constrangia a sua individualidade e decidiu então, vingar numa carreia a solo para se expressar sem barreiras através do alter ego Connan Mockasin. Forever Dolphin Love (2011) foi o álbum de estreia daquele que se viria a tornar o artista favorito da crítica indie graças aos seus projectos conceptuais e ao soft rock inspirado nas sonoridades de 1970. O ano de 2013 foi marcado pelo lançamento do aclamado Caramel, disco que levou o compositor a colaborar com LA Priest através do projecto Soft Hair. Nos trabalhos que se seguiram, Hosford continuou a sua aposta na abordagem conceptual e terminou o seu extravagante filme amador de 5 partes, Boston ‘n Dobsyn, que segundo o próprio demorou mais de duas décadas a produzir. A acompanhar a estreia desta obra surgiu o seu mais recente álbum, Jassbusters(2018).
Com entoações de neo-psicadélico, electro-pop e garage punk adicionadas ao viciante e sonante indie rock, Balthazar nasceram em 2004. O álbum de estreia, Applause (2010), conta com misturas do premiado produtor Noah Georgeson. Dois anos depois, a banda apresenta Rats. Amplamente aclamados pela crítica, ambos os discos são distinguidos com o prémio de melhor álbum, em 2010 e 2012 respectivamente, pelos Music Industry Awards (MIA). Após uma pausa de quatro anos, Fever (2019) o quarto álbum de estúdio marca o regresso do indie rock de Balthazar aos palcos.
Vindos da solarenga cidade de Goiânia, os Boogarins nasceram graças à vontade de criar música de dois amigos de infância, Fernando Almeida e Benke Ferraz. No início de 2010, ainda enquanto estudantes do ensino secundário, começaram com um forte registo amador, gravações caseiras criadas em equipamentos emprestados produzidas nos jardins de casa das famílias. Antes de uma única actuação ao vivo, uma secção rítmica completa ou até mesmo um nome para a banda, Almeida e Ferraz atraíram a atenção da indústria musical até chegarem à editora norte-americana Other Music Recording Co. O duo rapidamente passou a quarteto e intitulou-se de Boogarins. Em 2013, surgiu o álbum de estreia As Plantas que Curam e passados dois anos, MANUAL (2015), disco nomeado para melhor álbum de rock em língua Portuguesa nos Grammy Latinos. Depois de aclamados pela cena musical, a energia psicadélica de Boogarins promete conquistar o público no primeiro dia de festival com o esperado Sombrou Dúvida, com lançamento previsto para Maio deste ano.
Mais do que canções, a banda de Leiria, First Breath After Coma, define a sua música como temas onde géneros se cruzam em ambientes únicos, intensos e sensoriais. Nomeados pela Associação Europeia de Editoras Independentes para melhor disco europeu com Drifter, lançado em 2016, a banda portuguesa está de regresso com NU. Com lançamento previsto para Março de 2019, o terceiro disco de originais terá uma forte componente visual e todos os temas ganham vida graças à colaboração com a CASOTA Collective.
Natural de Dublin, Dec Lennon ou Krystal Klear iniciou a carreira musical como um artista anónimo, mas rapidamente desenvolveu um estatuto graças aos materiais focados no underground dancefloor que misturam elementos nostálgicos a motivos futurísticos. Após uma série de EPs associados a reconhecidas editoras, e até de forma independente com a Cold Tonic, Krystal Klear junta-se à Running Back de Gerd Janson e lança Neutron Dance. Um EP, que segundo a crítica do meio, foi considerado um dos principais lançamentos de 2018.
Em homenagem à cultura afro-americana e ao artista Romare Bearden, Archie Fairhurst adoptou o nome Romare. Ainda na faculdade, o produtor trocou a bateria e a guitarra pela produção de faixas com fortes samples que iam de downtempo house a um frenético footwork. O DJ londrino conta com dois álbuns: Projections, disco de estreia em 2015 e Love Songs: Part Two (2016). Ambos os projectos, amplamente aclamados pela crítica musical, demonstram a evolução e destreza de Romare em misturar diferentes estilos e instrumentos musicais.
A rapper de 26 anos, Flohio está a conquistar atenção internacional com a força avassaladora que deposita em cada tema. Uma mescla de ritmos catárticos sob inteligentes narrativas e uma produção tentadora que mistura diversos estilos, reflectidos num techno industrial que se une ao mais clássico que o hip-hop tem para oferecer. Bands, primeiro single da artista natural do sul de Londres, navega por batidas experimentais e assumidas críticas sociais. Mais recentemente, Flohio lançou o segundo EP Wild You (2018).
Também para o último dia do festival estão confirmados os norte-americanos Crumb. O quarteto de psych-rock nasceu do desejo dilacerante da vocalista/guitarrista Lila Ramani completar as suas canções. A banda de Brooklyn funde sonoridades psych de anos de 1960 com pitadas de improvisos de jazz a que adiciona um informal indie rock, o que nos deixa com um pop que tem tanto de sedativo como viciante. Crumb e Locket são os primeiros dois EPs de Crumb que já conseguiu inúmeros elogios da cena musical.
Desde o lançamento do EP de estreia Harmless Melodies que George van den Broek tem vindo a conquistar a indústria musical. As suas melódicas misturas de lo-fi soul unidas ao sotaque mascarado de ídolos do blues como Howlin’ Wolf e Ray Charles são a chave do sucesso deste jovem multi-instrumentista. No início de 2018, Yellow Days conquistou um público mais amplo graças ao single “Gap in the Clouds”, tema que acompanhou o trailer da segunda temporada da premiada série de Donald Glover, Atlanta. Is Everything Okay In Your World? apresenta uma afirmação segura daquilo que o músico tem para oferecer. Fresco e ousado, o primeiro longa-duração é uma colecção repleta de respostas que contam a história da adolescência do artista artista britânico.
Fundados das cinzas dos lendários do post-punk Joy Division, os enigmáticos New Order conseguiram triunfar sobre a tragédia que abalou o grupo inglês e emergiram como uma das bandas mais influentes e aclamadas dos anos 80.
Embora os primeiros anos de actividade estivessem sob influência da sonoridade de Joy Division, a passagem por diversos clubes underground da cena nova-iorquina rapidamente os levou a adicionar elementos new wave e dance music aos seus temas. “Blue Monday” (1983), o single de 12 polegadas mais vendido da história, foi o ponto final na herança fortemente marcada pelo rock sombrio dos Joy Division e tornou-se um exemplo na revolução da música eletrónica.
O álbum Live at the London Troxy, lançado no final de 2011, documentou o regresso bem-sucedido dos New Order aos palcos, bem como a oportunidade de atuarem, juntamente com Blur e The Specials, na sessão de encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres. Apesar da saída de Peter Hook ter ocorrido oficialmente em 2007, Lost Sirens de 2013 ainda conta com a participação do baixo do músico natural de Salford. Só em Music Complete (2015) vemos refletido um novo universo de New Order com 12 temas que seguem uma linha mais electrónica. O álbum foi lançado em vários formatos, incluindo uma caixa de vinil de luxo que apresenta versões especiais de todos os temas. Estas versões foram lançadas separadamente em Maio do ano seguinte, sob o título Complete Music. NOMC15, gravado na Academia Brixton, surgiu em 2017.
O vocalista e guitarrista Jason Pierce formou Spiritualized após o término dos trance-rockers Spacemen 3. A mistura do minimalismo hipnótico com a leveza atmosférica levou-os a alcançar o sucesso internacional em 1997 com o álbum Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space. Inspirado pelos clássicos The Velvet Underground, La Monte Young e Steve Reich, Spiritualized criaram um terreno sóbrio entre o minimalismo e exuberantes sinfonias.
Space rock e shoegaze são alguns dos estilos que identificam as viagens sonoras que podemos percorrer nos temas da banda natural de Rugby. Após uma pausa de seis anos devido a motivos de saúde do membro fundador Jason Pierce, Spiritualized lançaram, em Setembro deste ano, o tão esperado oitavo álbum de estúdio And Nothing Hurt. Com este disco a banda acrescenta mais um capítulo à história do rock, o que contraria muitos descrentes e prova que este género musical ainda tem muito por contar.
Josh Tillman é Father John Misty desde 2012, ano em que também apresentou ao público o aclamado Fear Fun. Foi com esse mesmo pseudónimo que o músico, natural de Rockville, partilhou com o mundo o entertainer que escondia em si após quatro anos enquanto baterista da banda de indie folk Fleet Foxes. Temas como “Funtimes In Babylon”, “I Love You, Honeybear” e “Pure Comedy” são autênticos hinos que vão apaixonar o público do Vodafone Paredes de Coura.
Escrito na cidade de Nova Iorque entre o Verão de 2016 e o Inverno de 2017, o quarto álbum de Josh Tillman, God’s Favorite Customer, conta como é estar preso entre um desgosto amoroso e uma obsessiva necessidade pela liberdade.
Os temas de God’s Favorite Customer revelam um lado mais agridoce e objectivo na carreira do músico norte-americano sem nunca sacrificar a complexidade e queda para o surreal. De “Mr.Tillman”, onde o compositor dá os primeiros passos da sua desventura, mergulhamos na estranha dor cavernosa de “Please Don’t Die”, onde Tillman brinca, alternadamente, com perspectivas hilariantes e devastadoras.
A música está de volta à praia fluvial do Taboão entre os dias 14 e 17 de Agosto e conta com os já confirmados The National, Boy Pablo, Acid Arab, Kamaal Williams, Father John Misty, New Order, Mitski, Spiritualized, Parcels, Julien Baker, Alice Phoebe Lou, Patti Smith, Krystal Klear, Romare, Flohio, Crumb, Yellow Days, Connan Mockasin,Balthazar, Boogarins, First Breath After Coma, Deerhunter, Jonathan Wilson e Alvvays.
Os passes gerais para a 27.ª edição do Vodafone Paredes de Coura podem ser adquiridos em bol.pt, Ticketea, Seetickets, Festicket e locais habituais (FNAC, CTT, El Corte Inglés,…) pelo preço de 94€.
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Fotografia (capa) – Suede