A banda lisboeta lançou o seu mais recente single, “Seja Como For“, acompanhado também por um videoclipe, que mostra as diferenças entre a vida de uma criança que quer ser livre e dar largas à sua imaginação e um jovem que se encontra a si próprio e que se sente confortável na sua pele. LaGardère continuam assim a prestar a sua homenagem a Henri de LaGardère, artista incompreendido e esquecido nas barbas do tempo.
A música foi gravada por Tiago Canadas e Vítor Gomes Teixeira (ex-ALICE,ex-Moda Americana) nos Poison Apple Studios, em Lisboa. A produção, mistura e master ficaram a cargo também de Vitor Gomes Teixeira, que já acompanha a banda desde o seu início.
Henri de Lagardère nasceu em Zurique em 1898. Durante a sua adolescência conheceu Camila Casali, uma pianista brasileira com quem desenvolveu uma forte amizade e que lhe deu a conhecer um novo estilo musical que mudaria drasticamente a sua vida, o Ragtime.
Aos 25 anos, depois de ter passado muito tempo isolado a tocar este estilo musical ao piano, LaGardère sentia um enorme desespero por ninguém mostrar interesse pela sua música. É então que decide ir para o Brasil tentar a sua sorte, com o nome artístico LaGardère. Consegue fazer algumas actuações ao vivo em vários cabarets, mas acaba por desistir das suas ambições musicais graças à influência nefasta de Amiguinha, uma bailarina de Charleston com quem se casou.
Depois de se afastar da música, mergulha numa pesada depressão que dura quase até ao final da sua vida. Aos 118 anos, conhece Malandro, um flautista lisboeta por quem desenvolve uma grande obsessão e que o leva a viajar até Lisboa. Na chegada, LaGardère, já muito debilitado pela idade, é deixado no hotel Sheraton. Ao ver o piano da recepção, e achando que não havia ninguém ali, sentiu-se livre para tocar uma das suas velhas músicas.
Quando acaba de tocar é surpreendido pelo aplauso fervoroso de três jovens músicos que tomavam uma água de côco num canto escondido do hotel. O velho pianista não resistiu à emoção dos aplausos e caiu morto em cima do piano. É então que Yann Vaz da Silva, João Sampayo e Carlos Noronha, sentindo-se culpados pela morte de LaGardère, decidem dedicar as suas vidas a difundir as suas músicas perdidas.
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Fotografia (capa) – LaGardère