Suicide Generation uma banda punk rock originária de Londres (Reino Unido), que esteve por Portugal para três concertos, Porto, Lisboa e Castelo Branco. O mais fascinante no registo punk rock é que nos consegue surpreender, sempre! Sabemos que existe uma mão cheia de características que nos leva a rotular uma banda neste registo musical, mas há uma que apesar de poder ser (ou dever) transversal a todas elas, é a que faz mesmo a diferença – a diversão! Os conteúdos das letras podem ser mais arrojados, e dissertarem manifestos sócio-políticos da contínua luta de classes Marxista, ou do lado negro da sobrevivência humana que, se quisermos, domina totalmente o nosso quotidiano mundano. Mas a verdadeira subtileza e a pureza artística (no sentido literal do termo) do Punk é transformar todo o darkness em diversão. É como ter “o sorriso da morte” como uma evidência, mas conseguíssemos com ela conviver diariamente, desafiá-la sem medos e olhá-la de frente.
Quando pesquisamos “Suicide Generation” aparece-nos artigos extensos sobre a geração suicida no Reino Unido (não foi por acaso que esta banda escolheu este nome). E este flagelo não ficou pelos anos 1990 com vários cabeças de cartaz a tornarem este “acto” numa leveza intensa. Os Suicide Generation apareceram no Reino Unido há um ano e meio (2017/2019) e refrescaram a cena Punk londrina com a sua performance em palco. Destemidos, divertidos e intensos, Sebastian Melmoth (voz), Nester (baixo), Vince Suicide (guitarra) e Manu (bateria) tocam para homenagear o Punk e, acima de tudo, para se divertirem e para nos divertirem. Chegam e arrasam! A sua actuação não se circunscreve ao espaço “palco”, com estes moços não existe “a banda” e “o público”, somos todos o “Punk” e mais nada!
Temas curtos e intensos, como o Punk quer e nós gostamos, ritmados pela bateria e surpreendidos pelos riffs da guitarra baixo (o bigode e as patilhas, inevitavelmente a fazerem lembrar Mark Bowen dos seus conterrâneos, Idles). O guitarrista e também segunda voz, esteve a maioria do tempo com o fio do micro enrolado ao pescoço e, tal energia emanava naqueles movimentos braçais, que o tripé já fora do perímetro do palco jazia no chão. A jovialidade de Sebastian extravasada por um xamanismo hipnótico, quase que não coube na sala do Sabotage! Numa constante provocação com o público, arrastava o micro e saltava para onde conseguia. Ou deitava-se no chão, onde intensificava a voz num rugido entre os temas “ You Gonna Burn”, “Death Smile” ou “Wanna see you die”.
Com ano e meio de existência, a banda londrina já editou três trabalhos discográficos com a Dirty Water Records (também editora dos The Cavemen), sendo o mais recente álbum “Last Suicide” em Outubro de 2018. Em 2017 lançaram em Julho “First Suicide” e em Outubro do mesmo ano “Suicide Generation/Black Manbas Split 7”. Ontem superaram a noite com quase uma dúzia de temas dos três álbuns, com dois encores que nos encheram a barriguinha de dança e muito suor. God bless you guys!