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Karma de 3 de Maio a 1 de Junho em Viseu

De Carmo a Karma: O Carmo’81 é a sede da cooperativa Cultural Acrítica – CRL, espaço requalificado e criado com o intuito de desenvolver e dinamizar o ecossistema cultural de Viseu. A programação regular desde Agosto de 2015, em pleno centro histórico da cidade, tem-nos aproximado da crescente indústria da música moderna, sendo que entre a multidisciplinaridade artística que procuramos trabalhar, é na música que funciona o nosso karma.

O Festival: O que fazemos ao longo do percurso do Carmo’81 tem consequências e foi até elas que fomos conduzidos como se de Karma se tratasse. Esse Karma é a realização de um evento dedicado em exclusivo à música, a valência com mais impacto na nossa programação regular.

A estratégia é multidisciplinar, mas focada sobre um tema, a música. Com 14 concertos, 1 oficina, 1 debate, 1 fanzine, 1 exposição de fotografia e uma residência artística, o Karma garante a diversidade de linguagens artísticas na sua programação.

Depois de duas edições do festival “Cultura Urbana” e uma do festival “Solos e Solidão“, procuramos agora assumir a identidade que confere ao Carmo’81 lugar no roteiro de melhores “venues” do país, para isso sugerimos uma programação ecléctica e abrangente em termos de público.

Pretende-se que este seja o ano 0 do Karma. “Ano 0” é a intenção de que em futuras edições o Karma assuma características de festival de médio formato em espaço outdoor, com calendarização mais compacta com afluência de público superior. Os recursos humanos, parcerias estratégicas locais, patrocinadores, a cidade e cooperantes do Carmo’81 alimentam esta intenção, e o ano 0 comprovará essa necessidade.

A programação foi concebida a pensar no público crescente, que o Carmo’81 prova regularmente existir em Viseu, sem esquecer a qualidade artística dos intervenientes. Foi concebida a pensar nos artistas locais, onde terão palco para apresentar os seus trabalhos, bem como na descentralização cultural ao convidar a Viseu artistas de reconhecido mérito nacional.

A variedade sociocultural é uma das vertentes estruturantes deste evento, quer através da residência artística “Sr. Jorge“, quer através da tour dos “A Voz do Rock“.

O Karma conta com o apoio da Câmara Municipal de Viseu, na forma de coorganização no contexto do programa de apoio à cultura “Viseu Cultura“, do patrocínio da Luz Boa e Fórum Viseu bem como do apoio logístico da Super Bock e Gira sol Azul, media partners Antena 3, Jornal e Rádio do centro.

O Karma acontecerá entre 3 de Maio a 1 de Junho.

Cartaz

Os Pop Dell’Arte são uma aventura musical inaugurada por João Peste e Zé Pedro Moura (para além de Ondina Pires e Paulo Salgado) em 1985, vencedora do prémio de originalidade do 2.º Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-vous nesse mesmo ano.

Defendendo sempre a transgressão enquanto valor artístico fundamental e a necessidade de amar as contradições, ao longo de três décadas, os Pop Dell’Arte gravaram discos tão importantes como “Free Pop” (1987), “Sex Symbol” (1995) ou “Contra Mundum” (2010) e tocaram não só nas principais salas de Lisboa e Porto, mas também em Coimbra, Braga, Aveiro, Faro, Vigo, Londres e Barcelona, entre muitas outras cidades.

Em 2018, com uma formação que integra o baterista Ricardo Martins e o guitarrista Paulo Monteiro (no projecto desde 1994) para além de João Peste e Zé Pedro Moura, os Pop Dell’Arte regressam com um álbum novo, “TransgressionGlobal“, que inicia uma nova fase na vida de uma das bandas mais surpreendentes de sempre do panorama musical português.

DJ Set – Osmose

Os Gala Drop são uma incansável e em constante desenvolvimento aventura musical – um caso de paixão pela matéria que trabalham – que se inspiram em sons e vibrações de diferentes lugares e épocas, e tentam pelo poder da imaginação transformada em música transmitir-nos esperança num presente colectivo melhor.

Qualificados como autores de um ‘rainforest futurism’ pelo crítico britânico Matthew ‘Woebot’ Ingram, a sua discografia é dividida entre EPs e LPs, publicada no seu selo editorial GDR e na nova-iorquina Golf Chanel Recordings. A banda iniciada há mais de uma década em Lisboa é hoje composta por Afonso Simões (bateria), Nelson Gomes (sintetizadores), Rui Dâmaso (baixo) e Guilherme Canhão (guitarra e sintetizador).

Jibóia: quando Óscar Silva apresentou Jibóia no início desta década tornou bem claro que a sua música iria beber a diferentes trópicos deste mundo, procurando uma conexão entre climas e ritmos que não obedeceriam estritamente a regras de tempo e espaço. Procurar influências na sua música é um exercício imperfeito, porque ela se abre de forma cósmica, sem barreiras, à procura de novos sons ao invés de reflectir sons que se têm presentes.

A partilha é um elemento crucial na criação da música de Jibóia. Nos seus três lançamentos anteriores procurou colaboradores que ajudassem a criar a dinâmica que queria no seu som. No passado trabalhou com Makoto Yagyu (If Lucy Fell, Riding Pânico e Paus) como produtor do primeiro EP, homónimo, (2013); Sequin e Xinobi no disco seguinte, Badlav (2014), e juntou-se a Ricardo Martins para criar Masala (2016), produzido por Jonathan Saldanha (HHY & The Macumbas, Fujako). Em “OOOO” assumiu o formato banda, e a Ricardo Martins (Lobster, Pop Dell’Arte, BRUXAS/COBRAS, entre outros) juntou André Pinto (aka Mestre André, Notwan e O Morto), para formarem o trio com que actualmente Jibóia se apresenta.

A viagem de “OOOO” é mais partilhada do que nas anteriores. Os três músicos partiram à experiência para criar música através de um conceito, pegando em Musica Universalis, de Pythagoras, que relaciona o movimento dos planetas e a frequência (onda) que eles produzem, com uma harmonia interespacial que essas frequências somadas produzem. Como os músicos descrevem, “é uma relação matemática, algo religiosa até, já que essa musica é inaudível. Uma espécie de conceito poético que designa, ao fim e ao cabo, o som do universo em movimento.”

Bem redondinho, é música de cosmos, e não é exagero pensar em Sun Ra como inspiração, dado o diálogo rico, fluente e aberto que acontece entre os músicos ao longo dos quatro temas de “OOOO“. Os primeiros três temas são referências às 3 principais relações entre as frequências propostas no conceito de Musica Universalis e em cada um deles há um ênfase nos instrumentos de cada um dos músicos: nos de Óscar Silva em Diapason, nos de Ricardo Martins em Diapente e nos de André Pinto em Diatessaron.

Esta forma de criar revela uma expansão sonora no som de Jibóia. A sua música flui de um modo livre, mas rigoroso, e circular, trabalhando em constância uma ideia de movimento. É inevitável associar o movimento a viagem, uma que tanto se estende ao cosmos como reforça as convicções de Jibóia em trabalhar nas não-convenções do rock e do jazz.

O último tema, “Topos“, reserva para si uma espécie de resultado desta experiência entre os três músicos. Mais do que uma conclusão, Topos é aquilo que existe para lá da partida: uma viagem sem ponto de chegada em percurso elíptico. Não poderia ser de outra forma, música tão aberta, clara e livre é impossível de encaixar na lógica de uma narrativa normal. No fim abre-se um novo início, um ciclo fresco que começa com a certeza de que o caminho será sempre gratificante.

Dada Garbeck, também conhecido como Rui Souza, desenha camadas como sedimentos: cada loop inscreve-se na memória, e por lá fica enquanto os synths assentam em novas paragens, com novas texturas. “The Ever Coming” ouve-se num processo semelhante ao de cortar uma montanha e identificar-lhe as camadas, de cor em cor, de acorde em acorde, de progressão em sensação. Cada melodia anteriormente desenhada assenta e harmoniza-se com a próxima, criando a ilusão de sempre terem pertencido ao mesmo espaço, apesar de habitarem momentos diferentes.

O disco de estreia do vimaranense, editado com selo da Revolve, vive deste crescendo de diferentes materiais, partindo de um namoro constante com as possibilidades de um sintetizador e construindo por cima das notas que precederam as melodias de agora. “This is not Mysanthropy” estabelece a base de todo o disco, para se assoberbar em múltiplas direcções melódicas e rítmicas em “Comfortable Nap in Chaos“; segue-se a voz, que se insinua ora em murmúrio, ora em field recording, até ser o foco de todas as atenções de “Kali Yuga or the Ever Coming“.

 “The Ever Coming“não existe em excessos, em que cada novo momento pertence a uma narrativa intrincada, em que tons expressionistas, intensos em sensibilidades, preenchem os espaços que a sobeja não tomou.

The Dirty Coal Train são um power trio de instrumentos amaldiçoados que debitam decibéis de inspiração no DIY do punk, no garage dos 60 e no cinema de série B onde coabitam com monstros, vampiros, psicopatas, ovnis e demais parafernália.

Depois de cinco álbuns, uma compilação, splits com outras bandas e cinco singles promovidos com datas pela Europa e América do Sul, a banda começa agora a sua tour de promoção a “Primitive“, disco que marca o regresso à produção rock mais crua e imediata depois da aventura sonora de “Portuguese Freakshow“.

Gravado em São Paulo, Brasil num registo quase “ao vivo em estúdio” com o grande Luís Tissot (guru do garage punk brasileiro) e novamente lançado em parceria com a Groovie Records mas desta vez junto com a Hey Pachucho! records e Vinyl Experience.

Esperem os habituais espectáculos ao vivo suados e enérgicos que se tornaram imagem de marca. Garage Punk com Surf & rock & roll nu, cru e directo como o género exige!

DJ Set – César Zembla

José Pedro Pinto, 24 anos, licenciado em cinema, com formação em guitarra clássica pelo conservatório de Viseu. Ao som clássico, junta a agressividade da guitarra eléctrica e a severidade da acústica de 12 cordas.

O concerto no Carmo’81 representa a primeira apresentação ao vivo de músicas originais.

“Uma super banda discreta”, como os apelidou o jornal Público,Keep Razors Sharp são Afonso Rodrigues (Sean Riley & The Slow Riders), Rai (The Poppers), Bráulio (ex-Capitão Fantasma) e Bibi (Riding Pânico, entre outros).

Com uma sonoridade entre o psicadelismo, o shoegaze e o pós-rock, os singles de estreia “I See Your Face“, “9th” e “By The Sea” tornaram-se sucessos radiofónicos e que lhes valeram a aposta nacional da revista Blitz para 2014, tendo percorrido palcos de Norte a Sul do País, tais como no Rock in Rio, Festival Bons Sons, O Sol da Caparica, Vodafone Paredes de Coura, Nos Alive e Super Bock Super Rock, entre muitos outros.

O segundo disco “Overcome” saiu a 19 de Outubro e valeu-lhes presença em grande parte das listas de Melhor do Ano dos media nacionais. Foram a aposta da Antena 3 para o Festival Eurosonic na Holanda em 2019.

Não é por acaso que o combo de Marco Franco, Norberto Lobo e Bruno Pernadas nos remete para sul, para um continente isolado, e para paisagens desconhecidas nos caminhos trilhados pelos três virtuosos: Montanhas Azuis cruza os rendilhados bucólicos de Lobo, o expressionismo de Franco e a desenvoltura harmónica de Pernadas num exercício geográfico novo para os membros desta contração de paragens tão distintas.

Sintetizadores e guitarras colidem, lentamente, em camadas texturizadas com rugosidade analógica, característica do imediato e do puro. O que acontece em concerto às mãos deste trio luxuoso é perene, e habita esse espaço plena e singularmente.

Norberto Lobo, Marco Franco e Bruno Pernadas não são o trio mais provável, pelo que a possibilidade de ouvir as suas expressões fluviais desaguar no mesmo oceano sonoro é uma delícia por si só. Falamos de um ecossistema em que os rendilhados bucólicos de Lobo, as notas de pesos vários de Franco, e a desenvoltura melódica de Pernadas coabitam harmoniosamente. Uma possibilidade que se reveste de êxtase e expectativa e parte de três entidades familiares, mas se forma numa nova terra, noutro hemisfério sónico.

Ilha de Plástico“, selado pela Revolve, cruza as cores dos três virtuosos num quadro de tons pastel, em que tudo é intensidade e em que as intenções são conseguidas por osmose, não por disputa. O espaço acordado entre todos descentraliza Franco, Lobo e Pernadas das suas paragens ocidentais, levando-os a uma certa australidade, tão bem descrita na nomenclatura Montanhas Azuis.

Serve o nome como prenúncio das insinuações simples da faixa-título e de “Faz faz“, dos harpejos ao piano em incessante namoro com a guitarra de tons azul-pentatónico de “Duas Ilhas“, ou a imagética garrida de “Flor de Montanha” e “Sururu“, em que uma base de synths prepara exploração harmónica em teclas com tendência solenes.

Em Montanhas Azuis há o contraste entre o que representa a cor e o calor que ela transmite, uma tensão entre binómios que surge em “Ilha de Plástico“, título que serve de convite a um disco composto maioritariamente por instrumentos analógicos, das guitarras aos sintetizadores. O tom azul descreve o calor e a rugosidade das expressões dos três músicos, como a intensidade da luz de uma estrela, e paralelamente deixa-nos antever as melodias frias, abandonadas em improvisações, que se ouvem invariavelmente no disco. Bem-vindos à Ilha de Plástico, o novo continente sonoro de Norberto Lobo, Marco Franco e Bruno Pernadas.

Os Sensible Soccers estão de volta com o seu terceiro longa duração, “Aurora“. Se em “Villa Soledade” trabalharam sobre o imaginário das estradas nacionais, de um país real e por cumprir, esquecido e alienado, em “Aurora” evocam um Portugal pessoal e optimista, da infância e das memórias inventadas: as férias com os pais, as visitas de estudo, o sul de Espanha, as distâncias maiores e o tempo distendido, os Setembros melancólicos, os singles pop e o FM estéreo, os primórdios do topless e as discotecas gigantes, as coisas que se imaginava que aconteciam em sítios onde não se ia.

A gravação, conduzida por João Brandão, decorreu em Dezembro de 2018 em regime de residência na Casa do Soto (Arouca). A produção é assinada por B Fachada, que acompanhou a construção do álbum e participa em três temas ao volante de um sintetizador modular. OsSensible Soccers – Hugo Gomes, Manuel Justo e André Simão – contaram ainda, em todo o processo, com a colaboração de Sérgio Freitas (teclas) e Jorge “Cientista” Carvalho (percussão).

Ohxalá é o projecto musical de Maria e Luís que vivem no Porto, Portugal, e a sua música faz parte de várias mixtapes por todo o mundo dentro da crescente onda de ethnobeats. Em 2017 lançaram o EP de estreia O Futuro do Passado na Casa Caos (BR), Dona Cuíca EP no Cosmic Awakenings (EUA) e mais recentemente as Sereias do Planeta Vermelho na Ready Mix Records (CA). Os lançamentos incluem remixes de produtores aclamados como M. Rux, Lemurian, Dandara, MiRET, Discoshaman, Intiche, Nillo e Maracuyá, Thommie G e Rodrigo Gallardo.

Talk “Ouvimos Karma?”

O termo karma nas doutrinas em que é referido é definido por acção e consequência da acção, posto isto o Carmo’81 que agora assume o seu Karma pergunta:

Ouvimos Karma?

A pergunta remete o debate para o Shuffle a que nos habituamos nos meios de comunicação sobre o que ouvimos. Essa sorte sobre o que lemos e ouvimos será uma escolha nossa?

O “Shuffle” habitual nas redes e imprensa chega a nós por sorte, “business” ou mérito?

Qual o poder da promoção e divulgação?

É possível viver de forma financeiramente digna do mercado da música? A música é um mercado?

Convidamos Rui Portulez para moderar o debate entre Rui Souza (Dada Garbeck), Gui Garrido (Festival A Porta) e Vera Marmelo (Fotografa) para que connosco discutam o karma que persegue o que ouvimos.

Convidados da Talk

– Vera Marmelo – Fotografa música, com olhos de ver, desde 2006. Autodidacta e motivada desde o início pelo Out.fest e Barreiro Rocks, e por uma cena musical no eixo Barreiro-Lisboa. Passados mais de 12 anos desde o início os músicos, os concertos, as salas, os festivais e as ocasiões mais ou menos especiais vão-se multiplicando e o seu arquivo pessoal crescendo.

– Gui Garrido – director artístico do Festival A PORTA, um projecto multidisciplinar que ocorre em Leiria. Integra a equipa do festival TREMOR em São Miguel, Açores e é produtor do Circuito Super Nova. Programador da Festa dos Museus em Leiria entre outros projectos da Câmara Municipal de Leiria. É também o diretor artístico do Sob o Mesmo Céu, um projeto de Práticas Artísticas para a Inclusão Social que ocorre em Leiria.

– Rui Sousa (Dada Garbeck)

Moderador: -Rui Portulez – trabalha como A&R da Valentim de Carvalho, a editora que lançou S.Pedro, Ermo, Filipe Sambado ou Glockenwise. É autor de vários documentários sobre a cena musical independente em Portugal, onde se destacam I Love My Label – Ser Independente e Uma espécie de punk, que fez em parceria com o Centro de Inovação da RTP Porto, para a Antena 3. Trabalhou como artista de rádio na Ruc, XFM, Oxigénio; como jornalista musical no Independente e Público. Dá voz a publicidade, documentários e poesia. Fora o resto…

Doc’s Antena 3

Uma espécie de punk (60”)

O punk chegou há 41 anos a Portugal, ao som dos Sex Pistols, Clash e Ramones.

Num país conturbado, a descobrir a liberdade e ainda à procura de identidade, o respeitinho era muito lindo e “Fado, Fátima e Futebol” eram os desígnios nacionais. O Punk foi a resposta que muitos jovens procuravam: música imediata, discurso anarquista e roupa a condizer igual a pontapé no conformismo.

O primeiro hino do punk nacional foi “Há que violentar o sistema“, mas à nossa maneira…

Um filme Antena3Docs de Rui Portulez e António Sabino estreado em 2017, com Aqui del Rock, Minas & Armadilhas, Faíscas, Xutos & Pontapés, Mata-Ratos, Peste&Sida, É M’as Foice, Bastardos do Cardeal, António Sérgio, Paulo Eno, Ondina Pires, Cães da Morte, Renegados de Boliqueime, entre outros.

I Love My Label – Editoras (6 x 15”)

Primeiro faz-se uma lista de editoras independentes portuguesas. Escolhem-se seis com cuidado e começa-se a traçar o retrato da música independente em Portugal, com a paixão pela música como pano de fundo.

Foi assim que nasceu a série de documentários I Love My Label. Histórias de 15 minutos sobre a Lovers & Lollypops, Pataca, Discotexas, Ohmnicord, Rastilho e FlorCaveira. Mais de 20 anos de música portuguesa, mais de 100 artistas, mais de 500 discos, passam por aqui…

I Love My Label – Ser Independente (62”)

Como uma coisa puxa outra e não é todos os dias que estamos com um contingente de artistas tão diversificado, ecléctico, representativo e responsável por muita da música mais entusiasmante feita nos últimos anos, começa-se a querer saber mais sobre o que é ser músico, se é possível viver da música em Portugal, e como? Se se quer ser músico profissional ou lançar a música que se quer quando se quer? Se a música portuguesa está mesmo tão bem que se recomenda?

Foi com estas linhas directoras que pegámos nas respostas de Tó Trips, Samuel Úria, Luís Varatojo, B Fachada, Moullinex, Filho da Mãe, Vítor Torpedo, Da Chick ou Surma, passando por Torto, They’re Heading West ou Glockenwise, entre muitos outros. Do metal à electrónica, da pop ao rock, dos cantautaroes aos instrumentalistas, a importância de Ser Independente.

Um filme Antena3Docs de Rui Portulez e António Sabino que estreou em Dezembro de 2017.

Oficina de Estranhofones

Relativo a estranhofonia (som ou timbre de voz esquisito; acção de procura r conjugar objecto extraordinário com som excepcional;

interpretação atribuída sons singulares ou desatendidos; diálogo ou sonoridade inusitada; poesia das banalidades insólitas).

Sons marginais, sem interesse, sem qualificação nem acesso à academia de música. Estatuto de barulho, desafinados, poderão ser escutados vezes ao dia, não se faz caso. A pulsação de uma tarefa, de uma máquina, o suspiro da rotina, a tagarelice da natureza, anexos que não se lêem, versos tidos como vazios. Objectos fora do prazo, inúteis. O encanto caiu, a pele descolorou, enrugou, já não faz barulho, já não dá gozo. Estranho! Na sombra, na sedução entre som marginal e objecto despejado, pulsa uma melodia, levanta – se um estranhofone.

Residência + Apresentação (concerto) SR. Jorge

Conhecemos o Sr. Jorge Novo enquanto zelador da Igreja da Misericórdia de Viseu. Quando os ensaios da peça Audaxviator duravam até horas tardias o Sr. Jorge brindava-nos com a sua simpatia e compreensão. Até que no último dia da nossa residência ouvímos a honesta, forte, sincera e humilde voz do Sr. Jorge onde entre arrepios e emoções foi lançado o desafio de realizar uma residência artística no Carmo’81.

O Sr. Jorge, fadista autodidata, será acompanhado por três músicos profissionais, Rui Souza (Dada Garbeck e El Rupe), João Pedro Silva (The Lemon Lovers) e Gonçalo Alegre (Galo Cant’Às Duas) neste desafio de descontruir o fado tradicional.

Tour de 3 apresentações: A voz do Rock

Dia 8 – Escola Emídio Navarro

Dia 15 – Internato Vítor Fontes

Dia 22 – Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique – Escola Básica Paradinha

Composto na sua maioria por octogenários de Viseu, A Voz do Rock é uma performance musical que, acima de tudo, celebra o prazer da partilha musical.

Após o encerramento do festival, durante o ano de 2019: Fanzine Karma + Exposição de Fotografia

+info  Karma

Fotografia (capa) –  Karma