A 25ª Edição do Festival Super Bock Super Rock está de volta à Herdade do Cabeço de Flauta em Sesimbra, muito perto da fantástica Aldeia do Meco. O Festival SBSR é o festival de música de grande dimensão mais nômada do país. Ao longo destes 25 anos tem percorrido vários locais e vários formatos. Em 1995 foi o primeiro festival urbano com dois dias de concertos e com um cartaz composto com as melhores bandas internacionais da altura. A Gare Marítima de Alcântara foi o primeiro cenário do festival, passando pela Praça Sony (Expo), pelo Parque Tejo e também por várias cidades do país, nomeadamente pelo Porto (2008 e 2009). A descentralização foi uma aposta da promotora e de 2010 a 2014 passou para a margem sul do Tejo. O Parque das Nações acolheu o festival de 2015 até o ano passado, mas é novamente na Herdade do Cabeço da Flauta que irá festejar o seu quarto de século. Nos próximos dias 18, 19 e 20 de Julho o SBSR irá arrancar uma vez mais com o cenário encantador do pinhal de Sesimbra, com o mar do Meco mesmo ao lado.
A Música em DX destacou algumas das bandas que irão actuar nos quatro palcos do festival – Palco SBSR, Palco EDP, Palco LG by SBSR e pela noite dentro o Palco Somersby. A escolha é ecléctica permitindo acolher vários registos musicais, e assim vários tipos de públicos. O Hip Hop continua a ser representativo, mas o Indie rock e os sons mais electrónicos também têm uma enorme expressão no alinhamento. As bandas portuguesas continuam a dar cartas nos palcos do Meco e prova disso foi o Road To Super Bock Super Rock que teve lugar entre Abril e Junho passado, onde 6 bandas actuaram em 16 cidades portuguesas.
Serão três dias de sol e céu estrelado com cheiro a pinheiro, onde teremos muita e boa música para todos os gostos. Bom festival!
Cat Power (Dia 18 Palco SBSR)
Logo no primeiro dia do festival e a abrir o Palco SBSR (19h15m), será o regresso da norte-americana Cat Power (Chan Marshall) que actou no mesmo local em 2014. Trará o seu mais recente álbum, “Wanderer” (2018), e certamente subirá com ela ao palco Lana Del Rey que irá actuar nesse mesmo dia (00h15m), para interpretarem o magnífico tema “Woman”. Cantora singular, com uma voz única e uma presença em palco um pouco imprevisível ao longo dos seus 25 anos de carreira. Mas é esta singularidade que a caracteriza e a torna uma das mais brilhantes compositoras norte-americanas.
Glockenwise (Dia 18 Palco EDP)
No Palco EDP pouco antes das 19h00 e a seguir a Marlon Williams, irão actuar os portugueses Glockenwise. O trio barcelense que integrou o Road To SBSR, volta ao festival com o seu mais recente trabalho discográfico, “Plástico” (2018). Depois de três álbuns onde exploraram os registos mais rasgados das guitarras e os colocaram nos desígnios do punk rock anglo-saxónico, “Plástico” é definitivamente uma viragem no percurso dos “putos de Barcelos”. Cantado em português, com uma estrutura de composição que se diversifica ao longo do álbum e o torna viciante. Um crescimento que se ouve em cada tema e remete a irreverência adolescente para o passado.
Roosevelt (Dia 18 Palco Sommersby)
Marius Lauber é alemão, já o seu pseudónimo Roosevelt é do mundo. A ingenuidade típica de quem é jovem originou o talentoso EP Elliot. De seguida, o homónimo disco de estreia revelou-se outro tiro certeiro, consagrando Roosevelt como um dos mais entusiasmantes nomes a imergir no universo synth-pop. Já homem feito, lançou o ano passado Young Romance, um contagiante segundo disco onde a sensação a Verão é palpável em todas as canções. Seja através de “Under the Sun” ou “Shadows”, a festa está assegurada logo no primeiro dia do Super Bock Super Rock.
Shame (Dia 19 Palco Super Bock)
Pode até ter ‘rock’ no nome, mas o Super Bock Super Rock é um festival que celebra todos os estilos, e a diversidade no cartaz das suas bodas de prata assim o comprova. Porém, há sempre um ou outro nome capaz de calar as más línguas das redes sociais que embirram na alteração de nome do festival; para esses, este ano há Shame, um quintento londrino sedento por barafunda. “Songs of Praise“, lançado o ano passado, foi um caso sério de sucesso e deixou-nos curiosos para o virá mais daí. O Meco sempre foi amaldiçoado pelo pó, e quer-nos parecer que os Shame serão responsáveis por tal incómodo para este ano. Mas não há vergonha nenhuma nisso.
Kaytranada (Dia 19 Palco Super Bock,)
Quem não se lembra daquele evento, que correu meio Facebook, a pregar que a estreia de Kaytranada por Portugal seria no Jardim das Virtudes, no feriado do 25 de Abril? Acabaria por se revelar uma peta, mas ficou registado o desejo do público português em ter o produtor pelo nosso país, tanto que o Super Bock Super Rock recrutou-o para a trupe dos seus 25 anos. Alienando influências de Hip-Hop e R&B à sua hipnotizante electrónica experimental, é praticamente garantido que Kaytranada irá fechar o Palco Super Bock no segundo dia com chave de ouro. Lá estaremos para comprová-lo.
Charlotte Gainsbourg (Dia 19 Palco EDP)
Charlotte Gainsbourg subirá ao Palco EDP pelas 22h00 no segundo dia do festival. Cara conhecida no mundo da sétima arte, Charlotte Gainsbourg tem construído uma carreira musical discreta mas muito interessante. Com cinco trabalhos editados, o primeiro ainda muito jovem e fora composto pelo seu pai o músico francês Serge Gainsbourg, e o último “Rest” lançado em 2017. Colaboraram nos seus álbuns músicos como Neil Hannon dos The Divine Comedy e Jarvis Cocker dos Pulp (“5:5”, 2006), e Beck produziu o seu quarto álbum “Stage Whisper” (2006). O charme e o delicado agri-doce de Gaisnbourg tem atraído cada vez mais público. Um concerto para ver de perto.
The Twist Connection (Dia 19 Palco LG by SBSR)
De Coimbra chegam os The Twist Connection e é no dia 19 pelas 20h15m que estarão no Palco LG by SBSR. A banda mais rock das margens do Mondego é composta por músicos séniores que iniciaram em 2016, e em 2018 passaram de trio a quarteto, com o upgrade enorme de Raquel Ralha (voz) a juntar-se à tribo. Kaló (bateria e voz), Samuel (guitarra) e Sérgio (baixo) lançaram o primeiro álbum em 2016 “Stranded Dowtown” e passado dois anos, já com Raquel Ralha a dar voz aos magníficos temas, o álbum homônimo. Conhecidos pelo registo puro do Rock, sem grandes artefactos sobrepostos aos ritmos orgânicos das guitarras, os conimbricenses foram reconhecidos muito recentemente pelo país vizinho, tendo sido galardoados com o Prémio “banda revelação” dos Prémio Pop Eye.
Janelle Monáe (Dia 20 Palco Super Bock)
Há muito que era um dos pedidos mais recorrentes do público português, intensificando-se quando “Dirty Computer” foi lançado o ano passado. Adiantando-se à concorrência, o Super Bock Super Rock garantiu o regresso de Janelle Monáe, isto depois de uma consagrada passagem por Paredes de Coura, em 2014. Mas lá está, “Dirty Computer“, um dos melhores discos do ano passado, tendo sido inclusive nomeado para disco do ano nos Grammys, surgiu e a certeza de se ter uma artista que deambula com toda a natureza do mundo pelo Funk, R&B e Pop a apresentá-lo em Portugal, deixa-nos as expectativas em alta.
Migos (Dia 20 Palco SBSR)
Dos Estados Unidos o trio Hip Hop (Trap) dos rapperes Quavo, Takeoff e Offset irão certamente fazer estremecer o Palco SBSR. Desde 2009 que Migos dão cartas no Trap mundial e arrastam uma legião de fãs por todo o mundo (inclusive em Portugal) nos seus concertos. Os seus singles e os videoclipes são sucessos sucessivos, e certamente que esta noite irão rappar muitos temas dos seus três álbuns editados, principalmente os dos dois últimos, “Culture” (2017) e “Culture II” (2018).
Superorganism (Dia 20 Palco EDP)
São oito miúdos oriundos de Inglaterra, Japão, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Estados Unidos e Austrália. A pop dos Superorganism quase que poderia ser rotulada como millennial, ou não fosse a mesma fruto de uma geração que incorporou influências oriundas de um mundo onde a internet é ar. O resultado é uma sonoridade que aparenta sair de um videojogo, mas tudo tem de mundo real; esta é a nova realidade, o novo status quo, e os Superorganism lá estarão para nos mostrar como é que se faz.
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