Este ano o BONS SONS comemorou a sua 10ª edição. A aldeia vestiu-se a rigor para a ocasião, flores de papel revestiram as entradas principais, as fachadas dos edifícios, os palcos, as barraquinhas de comida e bebida. Alguma mobília saiu à rua e instalou-se pelo recinto para quem se quisesse sentar, para descansar, ou simplesmente desfrutar a paisagem. Os já conhecidos Jogos do Helder, “máquinas diabólicas” feitas de madeira e corda, também, se encontravam espalhados por todo o lado para animar o dia (os dias) dos mais ousados. O lema “vem viver a aldeia” palpitava pelas ruas, pelas casas, pela gente daquela terra. Cem Soldos abriu as suas portas e nós entrámos.
Começámos por ir até ao largo principal, Palco Lopes-Graça, para assistir ao lançamento do livro ilustrado BONS SONS x 10: Uma Aldeia em Manifesto. Nele podemos ver todo o percurso do festival e todos os artistas que fizeram parte da sua história. É incrível verificar a evolução deste projeto que começou em 2006, com 12 atuações, 3 palcos e 15 000 espetadores e agora que teve 60 atuações, 10 palcos e 35 000 festivaleiros. É uma aldeia em manifesto a apresentar o que de melhor se faz em Portugal no panorama musical e não só. Os nomes dos Palcos são nomes de grandes personalidades portuguesas desde o Zeca Afonso, à Amália Rodrigues, ao António Variações, Carlos Paredes, Aguardela entre outros. São tantos os que que fazem parte da nossa história. Da nossa vida. E nestes dias “passearam” connosco pelo recinto.
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Por mais que a chuva ameaçasse cair, o calor apertava e fomos visitar a Adega Poças. Esta taberna sempre teve uma grande ligação à cultura e este ano teve direito a uma sub programação com poesia, concertos e bebida à mistura. Da janela vendiam vinho para quem quisesse matar a sede e no interior tivemos a oportunidade de estar à conversa com a ilustradora Mariana, a Miserável, responsável pelo mural da fachada do edifício. Em grande plano pintou um grupo de pessoas a estender uma tixa (a lagartixa é a mascote e o símbolo da dinâmica do festival). Parece-nos que a artista conseguiu descrever na perfeição o espírito da aldeia, o trabalho partilhado do povo que constrói este festival. Também a Mariana teve a ajuda de algumas pessoas na construção do mural. Um habitante de Cem Soldos quando viu o mural disse-lhe “esta parede nunca a vi tão bonita”. Confirmamos.
Enquanto passeávamos pelo recinto para conhecer os novos palcos fomos surpreendidos por uma atuação dos Fogo Fogo. Numa garagem interpretaram só um tema e foi o suficiente para pôr a anca (de quem teve o privilégio de assistir) a abanar.
Às 17h30 começou no Palco Giacometti o concerto da Raquel Ralha e do Pedro Renato. Estes amigos e comparsas musicais apresentaram-nos o seu primeiro disco a dois Devil’s Choice Vol1. Como nos disseram deram uma nova roupagem a algumas canções que fizeram parte da vida de ambos. Ouvimos versões de temas dos The Doors, Pink Floyd, Pixies, David Bowie, Depeche Mode entre outros. A voz poderosa e crua da vocalista encheu o largo e fez-nos viajar no tempo.
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Demos mais uma volta até ao Palco Amália, que se localiza em frente à Igreja, e chegámos a tempo para ouvir Senza. Esta banda é constituída pela Catarina Duarte e o Nuno Caldeira. A sua música é uma fusão de sons tradicionais portugueses com sons brasileiros e africanos. Conseguiram aquecer, ainda mais, o final de tarde.
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Embalados regressámos à Adega para uma degustação de vinho numa das salas da taberna. O guitarrista Francisco Sales (que atuou ao inicio da tarde na Igreja, Palco Carlos Paredes) entrou no local onde nos encontrávamos e tocou uma música nova intitulada “Esperança” . Numa das paredes estava escrito “Poças está-se aqui bem!”. Se estava. Mas o tempo passava e não podíamos perder a estreia inédita daOrquestra Filarmónica Gafanhense no Palco Zeca Afonso que é um autêntico anfiteatro natural com uma vista sublime. Duas oliveiras, uma de cada lado do palco, completavam o cenário. Fizeram interpretações de músicas de várias bandas que passaram pela aldeia nos últimos treze anos desde os Toques do Caramulo, à Brigada Victor Jara, Fausto, Júlio Pereira, Lena d`Água, Jorge Palma e Rodrigo Leão. Começaram com uma homenagem ao grande Zeca Afonso e terminam com a música da Lena d`Água “Grande Festa”. Quem não estava ficou pronto para a grande festa.
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Rumámos até ao novo Palco António Variações, numa eira, para assistir à dupla Benjamim e Joana Espadinha. Alternaram temas do Benjamim como “Madrugada”, “Terra Firme” com músicas da Joana Espadinha como “Leva-me a Dançar” ou o “O Material Tem Sempre Razão”. Fundiram-se de tal forma (sem perder a identidade de cada qual) que conseguiram potenciar, ainda mais, os seus singles. Do inicio ao fim puseram toda a gente a cantarolar e a dançar. O concerto terminou com “Zero a Zero”, a canção composta por Benjamim e interpretada por Joana Espadinha no Festival da Canção de 2018.
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A banda Fogo Fogo, composta por cinco músicos, incendiou o Palco Lopes-Graça com funaná, a música de baile de festa africana. Não há aldeia sem bailarico e por isso pusemos o nosso corpo a gingar até ser horas de ir ver o trio da Invicta X-Wife.
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No inicio do milénio decidiram cruzar Rock, Eletrónica e Punk e funcionou tão bem que já vão no quinto álbum. Na plateia encontravam-se bastantes fãs da banda que vibraram ao longo de uma hora de concerto.
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Passados 9 anos os Diabo na Cruz regressaram à Aldeia mas desta vez sem o vocalista Jorge Cruz. Infelizmente esta banda vai terminar (é a sua última tour) e tivemos o privilégio de os ouvir. Chega ao fim um projeto que ousou um dia cruzar rock com a portuguesa e conseguiu. Deixam o seu legado. O guitarrista Sérgio Pires assumiu o lugar do vocalista e a entrega foi total. Deram um concerto explosivo que não deixou ninguém indiferente. Até o Carlos Guerreiro, dos Gaiteiros de Lisboa, se juntou à festa para interpretar dois temas. Esta banda sempre foi conhecida por dar concertos como se fosse a última vez tal é a energia com que atuam. Assim aconteceu e desta vez, quem sabe, pela última vez.
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Todos os artigos estão disponíveis em:
DIA 8
Festival Bons Sons’19, dia 8 – “Cem Soldos, a nossa casa, o nosso sentido.”
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Ambiente
+ Bons Sons 2019 Dia 8 X-Wife
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Venus Matinal
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Senza
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Raquel Ralha & Pedro Renato
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Orquestra Filarmónica Gafanhense
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Fogo Fogo
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Diabo na Cruz
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Concerto Surpresa de Francisco Sales
+ Bons Sons 2019 Dia 8 Benjamim + Joana Espadinha
DIA 9
Festival Bons Sons´19, dia 9 – O Poder de Fazer Acontecer
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Ambiente
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Concerto Surpresa de Afonso Cabral
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Gator, The Aligator
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Adélia
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Sallim
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Afonso Cabral
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Lodo + Peixe
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Helder Moutinho
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Paraguaii
+ Bons Sons 2019 Dia 9 First Breath After Coma + Noiserv
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Budda Power Blues & Maria João
+ Bons Sons 2019 Dia 9 Scúru Fitchádu
DIA 10
Festival Bons Sons´19, dia 10 – “A Cultura sem dono.”
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Ambiente
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Ensaio das Pequenas Espigas
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Pequenas Espigas
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Valente Maio
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Concerto Surpresa de Três Tristes Tigres
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Tiago Francisquinho
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Baleia Baleia Baleia
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Miramar
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Três Tristes Tigres
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Stereossauro
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Pop Dell’Arte
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Tiago Bettencourt
+ Bons Sons 2019 Dia 10 Glockenwise + JP Simões
DIA 11
Festival Bons Sons´19, dia 11 – “Crescemos com a Aldeia”
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Ambiente
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Telma
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Ricardo Leitão Pedro
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Vozes Tradicionais Femininas
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Concerto Surpresa de Júlio Pereira
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Galo Cant´Às Duas
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Pedro Mafama
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Joana Gama + Sopa de Pedra
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Concerto Surpresa de Luísa Sobral
+ Bons Sons 2019 Dia 11 Ricardo Toscano e João Paulo Esteves da Silva