A banda inglesa de EBM (Electronic Body Music) Nitzer Ebb liderada pelo vocalista Douglas McCarthy esteve pela segunda vez este ano em Portugal na passada semana. Dois concertos, em Lisboa e no Porto, que certamente se tornarão memoráveis para os quadragenários que comedidamente afluíram à sala do Beato (LAV).
Apesar do mês do advento comportar outro género de ritmos, as nossas promotoras resolveram fazer um manguito ao cliché natalício e trazerem outros sons. A Lemon escolheu os Nitzer Ebb.
Corria o ano de 1987 e no top dos álbuns mais vendidos encontrávamos os Guns N’Roses, o Michael Jackson ou os Faith No More. Estilos definidos, harmoniosos e consensuais.“That Total Age” apareceu nas lojas com uma capa tão simples quanto provocadora, e os três miúdos fora de tudo o que se produzia na época, lançavam o seu primeiro álbum e faziam a primeira parte dos concertos de Depeche Mode (seus amigos) na Music for the Masses Tour. O single “Joint in the chant” passava nas pistas mais alternativas de Lisboa e levava a malta ao rubro!
As guitarras eléctricas sofriam nesta altura um ligeiro declínio (com a excepção da guitarra baixo que viu nesta década os seus melhores dias) e os sintetizadores multiplicavam-se em cada banda que surgia. Os Nitzer Ebb foram um marco nesta viragem do rock alternativo, onde a ausência das cordas e dos pedais não faziam diferença nenhuma no resultado final da canção.
David Gooday e Simon Gronger ocupavam-se dos dois conjuntos de teclas devidamente apetrechadas com os clássicos sintetizadores de topo, e Bon Harris saltitativa em redor da bateria electrónica potente! Douglas McCarthy apareceu elegante e descontraído dentro de um fato escuro e na elegância dos óculos escuros. Caminhava ao longo do palco e procurava a cumplicidade dos seus companheiros de estrada (mais do que de estúdio na verdade). Aproximadamente duas horas e duas dezenas de temas entre os hits dos anos 1980 e os mais recentes, transformaram o Lisboa ao Vivo na pista de dança mais enérgica do mês do advento.