E numa noite de segunda-feira, quente e trovejante, aconteceu o meu segundo capítulo do “desconfinamento fotográfico-musical”. Desta vez ao som do mais recente trabalho dos Clã: Véspera.
Manuela Azevedo e seus rapazes (Hélder Gonçalves nas Guitarras e voz, Miguel Ferreira nos Teclados e voz, Pedro Biscaia nos Teclados, Pedro Santos no Baixo e Pedro Oliveira na Bateria) regressaram também eles aos palcos para apresentar este novo disco com a sua energia e irreverência que os caracterizam desde sempre, nos seus quase 18 anos de existência.
Véspera tem colaborações com vários compositores, que para além dos habituais Carlos Té e Sérgio Godinho, conta também com as letras de Samuel Úria, Capicua e Aurora Robalinho.
Como fotógrafo custar-me-á sempre fotografar um concerto a partir do fundo da sala, longe dos artistas, sem possibilidade de ver as emoções das pessoas, com os movimentos restringidos e de máscara na cara. São as coisas da tal “nova normalidade”. E se já era obra fazer fotografias que conseguissem transmitir a energia e emoção de um concerto de música ao vivo, agora parece-me missão quase impossível. Mas o que vos posso dizer é que o publico está de facto ávido de música e espetáculos ao vivo, e parece que, ainda que estejamos todos confortavelmente limitados aos nossos lugares sentados, cantando de máscara na cara e afastados socialmente uns dos outros, a vontade de todos é, realmente de saltar e dançar, cantar em plenos pulmões e vibrar e devolver a energia que recebemos dos músicos que estão em cima do palco. E isto sente-se, se calhar mais agora do que alguma vez senti. E isto é bom. Bom para todos. Precisamos todos disto.