Júlio Resende estabelece uma nova etapa na sua carreira, que leva já 13 anos e 7 discos concebidos em nome próprio. O pianista vai dedicar-se em exclusivo à sua carreira a solo de compositor de canções, de performer, de criativo ou de criador de bandas sonoras, dando seguimento às suas recentes colaborações com a Netflix, HBO ou marcas como o Azeite Gallo, para a qual interpretou a banda sonora da campanha dos 100 anos.
Natural de Olhão, Júlio Resende começou a tocar piano aos 4 anos e aos 10 já compunha as suas próprias canções. Foi no Jazz que iniciou a carreira, com a gravação de três discos, tornando-se no mais jovem músico português a gravar para a prestigiada label de Jazz, Clean Feed (Da Alma, 2007; Assim Falava Jazzatustra, 2009; You Taste Like a Song, 2011). Em 2013, dom do apelo ao Fado, lança Amália por Júlio Resende (Valentim de Carvalho, 2013), convidando a voz de Amália Rodrigues para um dueto (im)possível do tema ‘Medo‘, conseguido à luz da metafísica. Amália por Júlio Resende mereceu a distinção de CHOC DISC 5***** na prestigiada revista francesa CLASSICA.
Ainda nos trilhos do Fado lança, em 2015, o seu primeiro disco ao vivo, gravado no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo como convidada de luxo Sílvia Pérez Cruz, que interpreta ‘Lágrima‘, ‘Pare Meu‘ e ‘Cucurrucucu Paloma‘ em Fado & Further de Júlio Resende (Valentim de Carvalho, 2015). Inicia, ao mesmo tempo, parceria com Salvador Sobral, sendo co-produtor do seu disco de estreia, Excuse Me (Valentim de Carvalho, 2015).
Divergindo para a poesia enquanto essência inspiradora da composição, o pianista desafia o médico psiquiatra e sexólogo Júlio Machado Vaz para a gravação de um disco, lançado em 2016 pela Valentim de Carvalho, a que deram o nome de Poesia Homónima por Júlio Resende e Júlio Machado Vaz – Poemas de Eugénio de Andrade e Gonçalo M. Tavares.
O sonho cumprido de juventude chega em 2017 com a criação do projecto Alexander Search, a banda de rock pensada e formada por Júlio Resende, que canta poesia inglesa de Fernando Pessoa, com música do pianista. “A Day of Sun“, “Regret” ou “Earth Smiles” (hope for the best, and for the worst prepare) não calam nas vozes dos muitos fãs que aguardam o regresso da banda.
2018 foi também ano de exploração para Júlio Resende, com a criação de uma fábula, uma relação benigna entre homem e máquina – tão premonitória dos nossos dias – a que chamou Cinderella Cyborg. O álbum mistura o acústico do piano e do contrabaixo, com as electrónicas dos pads, chips ou sintetizadores. Cinderella Cyborg, o mais recente álbum de Júlio Resende foi lançado pela Sony Music Portugal em 2018 e já em janeiro deste ano de 2020 pela Espanha pela Warner Music Spain.
O seu talento de improvisador, a par do virtuosismo na assertividade musical, tem conquistado muitos dos seus ídolos, como Caetano Veloso, Maria João Pires, Jorge Drexler ou Sílvia Pérez Cruz, com quem já contracenou musicalmente e de quem já recebeu rasgados elogios públicos.
Júlio Resende despede-se, assim, do projecto de Salvador Sobral com quem partilhou várias tournées por muitos países da Europa, alguns discos e projectos nos últimos 5 anos. O regresso pós-pandemia será, para Júlio Resende, desafiador: novas parcerias nas mais variadas áreas artísticas, a aposta na carreira em Espanha, cujo público há muito acolheu Resende, e um novo projecto editorial – JÚLIO RESENDE PLAYS… – que estreará em Setembro, onde o pianista interpretará versões de temas que o inspiram e de músicos que são ídolos de sempre. As canções serão lançadas em exclusivo nas plataformas digitais.
A digressão de Cinderella Cyborg, o mais recente trabalho discográfico do pianista lançado pela Warner -Music Spain no passado mês de Janeiro, seguirá em função das medidas de segurança em torno da pandemia resultante do Covid-19, em Portugal e Espanha. Novas datas serão anunciadas em breve.
+info Júlio Resende
Fotografia (capa) – Júlio Resende