Num ano em que não possível a realização de festivais de verão, a Ritmos – promotora responsável pela produção do Vodafone Paredes de Coura – decidiu celebrar os dias de festival instalando junto à Praia Fluvial do Taboão um palco no mesmo local do habitual palco principal. Em fundo, a projeção de vídeos e fotografias das edições de anos anteriores com som dos concertos mais memoráveis em jeito de “banda sonora” para algo que nunca testemunhámos antes nestes dias – um Vodafone Paredes de Coura vazio de festivaleiros.
Aproveitando uma semana de férias por terras minhotas, acabei por ajustar os meus planos para que no sábado tivesse a oportunidade de passar por Paredes de Coura. Para além de querer passar uma tarde de mergulhos com saudade no Rio Coura, tinha alguma curiosidade em perceber o que se estava por lá a passar. Fui devidamente equipado com a minha pequena mas companheira Fuji, e guardei um pouco dessa tarde para fazer a ronda aos “arredores” do espaço normalmente ocupado pelo festival para registar muitas das áreas que nos anos anteriores estão sobrelotadas de festivaleiros. Ainda “a quente” no final do dia em que passei por Coura, acabei por escrever o seguinte testemunho no meu facebook pessoal:
“Coura. Hoje passei por lá. Foi estranho. Palco montado, a passar vídeos com registos de anos anteriores e som ambiente que ao longe parecia ser de uma tarde normal a horas de começar mais um dia de festival. Tão normal que acabei por me cruzar com várias caras habituais desses anos. Malta da Ritmos, da imprensa, dos blogs. Foi ainda mais estranho quando decidi dar uma volta nos “arredores” habitualmente povoados de festivaleiros, enquanto continuava a ouvir ao longe o também habitual som ambiente vindo do palco principal nas horas que antecedem o início dos concertos, mas testemunhava esses lugares vazios, cheios daquilo que são no resto do ano. Dei uns mergulhos no rio, assisti a saltos acrobatas da árvore para o rio, vi grupos de jovens deitados na relva enquanto dormem ou tocam guitarra, tudo como se um dia normal de festival se tratasse com a ligeira diferença de que, este ano, não aconteceu rigorosamente nada, apenas a saudade de muitos “habitués” e a intenção da Produção em não deixar esquecer que aquele lugar será sempre o nosso Couraíso.”
E é isto, dias depois mantém-se. Coura será sempre o nosso Couraíso, e não vai haver ano, que por mais estranho e difícil que possa ser, nos impeça de estarmos de novo juntos. Até 2021, nem que chovam pedras, lá estaremos de novo.