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Joana Guerra edita novo álbum «Chão Vermelho»

Joana Guerra é uma compositora, violoncelista e cantora portuguesa cujo inconformismo e paixão pela experimentação a tem levado a colaborações regulares com inúmeros músicos de diferentes géneros assim como a projectos de dança, performance e teatro, influenciando e entretecendo um universo único em permanente expansão.

Quatro anos depois do aclamado «Cavalos Vapor» eis que chega o seu quarto álbum de originais, «Chão Vermelho». Editado pela label berlinense Miasmah, conta com as colaborações de Maria do Mar no violino e Carlos Godinho nas percussões e objetos, para além da contribuição de Sofia Queirós Orê-Ibir e de Bernardo Barata, respetivamente contrabaixo e voz, na belíssima «Equinopes».

O álbum é composto por Joana Guerra que, para além de violoncelo e voz, os seus principais instrumentos, se aventura também a usar guitarra portuguesa, guitarra elétrica e teclados.

Lançado em formato digital e com edição limitada em vinil, «Chão vermelho» traz-nos um ambiente de experimentação e risco que nos transporta para um cenário apocalíptico em que a extrema secura de um chão em que já nada pode crescer é interrompido a espaços por canções surpreendentes que evocam, como murmúrio ou como oração pagã, a sempre iminente possibilidade de regeneração. «O nome do disco vem inspirado na zona onde vivo, de terra barrenta, que me fascina bastante, embora a seca me cause uma sensação atroz», explica Joana. Talvez porque este chão que cobre a terra, como pele de fendas profundas, ateste o cansaço, as rugas da civilização. Ainda segundo a artista, «Chão Vermelho reflecte sobre a matéria e também o imaterial, que pisamos e a que nos ligamos.»

Pequenas flores azul-metálico, um animal branco prestes a extinguir-se, pedras raríssimas que só existem em duas latitudes, o vermelho como sinal de alerta: som ecológico, mas também como sinal de renovação, como na mulher pelos seus ciclos de sangue, tudo isto compõe o universo de «Chão Vermelho» de Joana Guerra. E enquanto os micélios sentirem a nossa presença talvez haja esperança para esta terra, para esta mulher que nos seus ciclos de morte e renovação é telúrica de mais para ser santa.

Mais informação em facebook.com/joanaguerramusica .

Fotografia (capa) – Estelle Valente