Foi em pleno período de lockdown que nasceu a ideia para o mais recente vídeo de Stereoboy: criar uma viagem visual que ao som de Yip Man (tema extraído do recente Kung Fu) pudesse transportar o espectador para um mundo onde as barreiras, hoje tão visíveis, se esbatessem. Filmado num contínuo 360, o videoclip que saiu no passado dia 22 de Dezembro nasce no Porto, mas evolui para uma produção colaborativa internacional. Gravada na garagem da Casa da Música, no Porto, a peça acompanha o movimento de cinco personagens construindo uma narrativa colaborativa. Uma câmara movida por um objeto mecânico vagueia por um espaço onde existem quatro sets inusitados. A velocidade do movimento aumenta e a informação dilui-se na viagem.
Ficha Técnica:
Música: Yip Man – Stereoboy
Figuração: Luís Salgado, Antonio Afonso Parra, Ana Rita Xavier, Raquel Rocha, Carolina Gaspar
Ideia e Conceito: Ovo Estrelado
Produção: João Parra, Sarah Romero, Luis Sobreiro
Apoio à produção: Canal180, Napalm, Toolbox
Coordenação de produção: João Parra
Realização e Edição: Luís Sobreiro
Assistência de Realização: Sarah Romero
Cinematografia: Alvar Riu, Focus Puller, Bauti Godoy, Color Grading, Martí Somoza
Design de Som: Sarah Romero
Design de Produção: João Brojo, Felícia Teixeira, ÓCIO
Gaffer: Daniel Assunção,
Eléctricos: Hugo Oliveira, João Soares, Nelson Duarte, João Brojo, Felícia Teixeira,
DMX management: João Dinis
Making OFF: Invitro_
“Stereoboy é o projecto de um gajo.
Não.
Stereoboy é o projecto formado pelas ideias que, na cabeça de Luís Salgado, marcham a galope de um toque e de uma batida… de um zumbido aparentemente inofensivo e ramificado em selva bruta, que transforma o projecto de um gajo na estância “krautural” a que baptizou de Kung Fu.
Industrial como nos habituou, o novo disco de Stereoboy coloca (ainda) mais cimento numa betoneira estereofônica com resquícios de ‘ambient’, um ‘post-digital’ meio pingado e a pulsação de relógio leccionada pela escola alemã, resultando numa massa tão rija quanto marcial e capaz de edificar algo mais do que betão instrumental.
Kung Fu é um exemplo de disco, capaz de nos envolver num viaduto experimental e ainda assim mostrar-nos a pop ao fundo do túnel, numa viagem titilante que conta com as colaborações de João Pimenta na bateria e de José Marrucho nas percussões e ergue, em quatro músicas peregrinas, um monumento que transfigura a cada observação que nos merece.
Cada audição transcende a anterior como se o próprio disco corresse atrás da cauda ao ritmo do “motorik”, numa família de ruídos e casados que vamos conhecendo ao longo de trinta minutos e onde nenhum som foi parido ao acaso.
Ou, pelo menos, foi isso que um gajo vos acaba de contar.”
Luís Masquete