Depois de editar “Samba de Guerrilha” em fevereiro, o cantautor brasileiro Luca Argel, radicado no Porto há quase 10 anos, prepara-se agora para apresentar o seu mais recente disco pela primeira vez em palco, num concerto em Lisboa no Teatro da Trindade Inatel no próximo dia 27 de abril.
“Samba de Guerrilha” é o mais recente trabalho de Luca Argel e que nos leva através da centenária história do samba, marcado por muita luta, glória e desventuras. Esta é a primeira oportunidade assistir a esta epopeia do samba em palco e o regresso do artista aos concertos ao vivo depois de um período de confinamento nacional.
Depois de dois álbuns – “Bandeira” e “Conversa de Fila” – de registo suave, em que Luca Argel nos apresentou com doçura e bom humor a poesia de seus sambas, é chegada a hora de embarcar numa nova viagem.
Este trabalho, ao invés de suporte físico em CD ou vinil, foi editado na forma de um jornal ilustrado, com a íntegra dos textos e canções gravadas. Também foi editado no digital em todas as plataformas: https://linktr.
Os bilhetes para o concerto do próximo dia 27 de abril no Teatro da Trindade Inatel já estão à venda no site da BOL.
“Samba de Guerrilha” não se assume apenas como um disco, mas sim uma obra que reúne múltiplas expressões artísticas em si: da música de Luca Argel à narração de Telma Tvon, ilustração de José Feitor e poesia de tantos artistas. É uma samba opera, conceito emprestado da rock opera popularizado por Pete Townshend (The Who).
Para compreender este disco importa também perceber as origens do seu conceito. “Samba de Guerrilha” é um projeto que começou em 2016, e cresceu durante 5 anos até se transformar em disco. Nasceu como um concerto-workshop sobre a história política do samba. Fora dos palcos, este conceito desenvolvido por Luca Argel tomou a forma de artigos escritos, seminários, programas de rádio, até finalmente se efetivar num 4.º álbum do cantautor — e o primeiro de versões.
“Samba de Guerrilha” é uma viagem no tempo, onde conhecemos histórias e personagens do combate ao racismo, à escravidão e às desigualdades. Ouvimos a narrativa em forma de samba, mas um samba que, desta vez, está permanentemente a testar os limite das suas possibilidades musicais, um samba reinventado, eletrificado, nascido a um oceano de distância da tradição.
Entre clássicos e jóias pouco conhecidas do repertório do género, os temas são todos eles versões de sambas já existentes mas que, juntos neste trabalho, contam a história deste género musical.
Fotografia (capa) – Kristallenia Batziou