Trabalhar o passado e o presente da música açoriana para com isso conjugar novos verbos no futuro dos seus músicos, éesta a proposta da Marca Pistola, selo discográfico com sede no Arquipélago que vai registar e compilar a música produzida no conjunto das nove ilhas. Criada por Luís Banrezes (Yuzin, Tremor) a editora dará início a um processo de gravação, em multi-formato, dos vários colectivos e músicos que têm nos Açores a sua base de trabalho. O objectivo, adianta o criador, “é potenciar o desenvolvimento do cenário musical das noves ilhas através de um arquivo sistemático e organizado dos vários criadores contemporâneos que nele trabalham”.
O projecto assentará na criação de uma plataforma online que disponibilize o trabalho dos artistas açorianos em triplo formato: vídeo, som e fotografia, estando ainda prevista a edição em formato vinil e k7. Ao conjugar, num mesmo espaço, artistas de diversos quadrantes sob o selo da insularidade, a Marca Pistola pretende tornar-se numa importante ferramenta para a divulgação, preservação e desenvolvimento da música açoriana, abrindo-lhe as portas a novos mercados e a um público mais vasto. Formar, promover, fomentar e divulgar são estas as ideias chave de uma editora que não se quer só de presente. Tendo como meta a criação de memória musical, artistica e coletiva dos Açores, a Marca Pistola não esquece o passado, comprometendo-se com a pesquisa contínua de outras histórias que, pelo isolamento, possam ter-se perdido no tempo ou necessitar de um contexto atualizado, evidenciando que, muitas vezes, o futuro foi lá atrás. E é nesse contexto que surge a Milhafre Discos, uma sub label associada à casa mãe, Marca Pistola. Coordenada por Henrique Ferreira (DJ Milhafre), a Milhafre Discos, procura nas rotas do passado, intra e além-arquipélago, muitas ainda por mapear, o real rosto da música açoriana, sempre em estreita colaboração com a Marca Pistola.
Mais do que um selo discográfico, a Marca Pistola é uma ideia conjunta de vontades para que não se perca a herança existente, criando ainda mais registos para um património atual único e contemporâneo, que vai da música ao som, do design à fotografia, dos artistas ao espaço e contexto onde acontecem.
Previstas, para este primeiro ano de actividade, estão entre 10 a 15 edições, acompanhadas de igual número de produções audiovisuais (em colaboração com a Cactus Sessões), que girarão em torno do trabalho de PMDS, MA”Ç”ARICO, WE SEA, INSECURE FRANK, VITÓRIA, P.S. LUCAS, FILIPE FURTADO, TOSCO, LUIS SENRA, FLIP, RAPECIAZ.
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