O IndieLisboa está de volta entre 21 de Agosto e 6 de Setembro. São 15 filmes que poderemos assistir na secção do IndieMusic desta edição, 3 dos quais pela objectiva de realizadores portugueses. Paulo Miguel Antunes, que esteve na edição de 2019 com o documentário “Um Punk chamado Ribas”, estará este ano com a única longa metragem portuguesa em competição, “Já estou Farto”. O Luís Sobreiro (Solar Corona Elektrische Maschine) com a curta “Caudal” e Tiago Gomes (First Breath After Coma) com “We were floating High”. E foi com a atuação destas duas bandas portuguesas que o Festival Indie deu o arranque da sua 18ª edição na passada 6ª feira dia 13 na Casa do Capitão (Hub Criativo do Beato, em Marvila). A festa continuou no terraço da Casa do Capitão com um DJ set com Carlos Ramos, Filipa Henriques, Helena César e Mário Lopes (programadores da secção IndieMusic) e ainda Cláudia Guerreiro (Linda Martini) que este ano integra o júri do IndieMusic. E como já estamos na fase de “libertação” e não temos recolher obrigatório (finalmente!), depois das 23h00 a festa seguiu ao som da playlist do IndieMusic.
O colectivo de Leiria subiu ao palco da Fábrica de Pão já passava largo das 19h30m, hora que inicialmente estava agendado. As entradas demoradas para o cumprimento das recomendações da DGS, com as quais (já) aprendemos a viver (medição da temperatura corporal, por exemplo), implicam estes inevitáveis atrasos.
O quinteto de artistas First Breath After Coma, que tão bem faz o culto visceral do som e da imagem, atravessou fugazmente o seu repertório (deu para tomar o gosto) ao longo de pouco mais de 60 minutos. Dois álbuns editados, Drifter (2016) e Nú (2019), compostos por sonoridades limpas e minuciosamente trabalhadas, as quais lhes valeram a nomeação de Drifter para o prémio de Melhor Albúm do Ano da IMPALA. Mesmo sem as projeções dos seus sublimes registos videográficos, os First Breath After Coma percorreram algumas das suas melhores composições, rompendo as menbranas dos casúlos e provocando trovoadas sonoras mergulhadas nas delicadas vozes ensaidas num uníssono arrepiante. Finais abruptos sem avisos, ligações perfeitas entre temas, esperas pausadas seguidas de ritmos sintetizados que cresciam numa catarse libertária. Uma actuação equilibrada na escolha do alinhamento, intercalando os temas mais intimistas (‘Don´t want nobody’) e a presença altiva das guitarras que comungaram com uma bateria mais intervencionista. Apesar de curto, ainda houve tempo para relembrarem ao público ali presente (sala bem composta) que o projeto da conterrânea Surma, ‘Rito ou Rita’, estaria no dia seguinte no mesmo espaço. Um encore com dois temas e uma despedida calorosa, não fosse este momento também ele o respirar por um regresso há muito desejado.
O Música em DX está de regresso ao Festival IndieLisboa e, nas próximas semanas estaremos por aqui com os filmes da secção IndieMusic. Por isso já sabem, de 21 de Agosto a 6 de Setembro o Cinema São Jorge, a Culturgest, Cinemateca Portuguesa, o Cinema Ideal e a Biblioteca do Palácio Galveias serão invadidos pelo corvo. Bons filmes!