André Barros tinha acabado de chegar de um estágio no estúdio islandês fundado pelos Sigur Rós, o “Sundlaugin”, quando se aventurou na primeira edição discográfica: “Circustances”, em 2013, num dos primeiros lançamentos de sempre da Omnichord Records.
Ao longo destes oito anos, de forma discreta e a partir da Marinha Grande com incontáveis viagens até aos estúdios Atlântico Blue Studios em Paço de Arcos, foi criando de forma constante e construindo a sua carreira profissional de compositor, trabalhando com realizadores de cinema de mercados tão diferentes como os Estados Unidos da América, Suécia, Japão, Islândia, Canadá, Índia e Alemanha e compondo temas originais para anúncios televisivos/web de marcas globais como a LG, Volvo, Renault, DHL ou Stihl.
André Barros foi conquistando mercados e galardões no universo cinematográfico (sendo o exemplo mais recente o prémio ganho em Nova Iorque, em 2019, nos Independent Music Awards com o tema principal da banda sonora que compôs para “Leda”), alargando os seus contactos com as viagens frequentes àquela cidade e a Los Angeles, no entanto não deixou nunca de compor e de procurar lançar discos em nome próprio. Até este “Vivid” que agora se edita em vinil, durante o passado recente André Barros lançou “Circustances” e “Soundtracks Vol.I” (Omnichord Records), “Reasons” e “In Between” (UGURU) e recentemente “Clairvoyance” em edição digital, trabalhando com nomes como Myrra Rós, Rodrigo Leão, Valter Lobo, First Breath After Coma ou valter hugo mãe. Para além do universo cinematográfico que constitui a parte mais significativa do seu trabalho, são ainda várias as bandas sonoras que compôs para peças de dança contemporânea e peças de teatro, sendo a “Desumanização” do Teatro Art’Imagem o exemplo mais recente.
Com uma linguagem musical cinematográfica baseada sobretudo na relação entre o piano, as cordas e texturas electrónicas, André Barros assume em “Vivid” uma maturação da sua identidade sem receio de explorar novos ambientes ou até colaborações (como a que dá nome ao título) e recuperando também quatro temas que criou para bandas sonoras dos filmes “Sisterly” (2017), “Leda” (2019), “The Left Behind” (2015) ou “RE:MEMBER” (2019). “Vivid” é o seu disco mais cru e introspectivo, sendo que o autor deseja que o ouvinte encontre espaço suficiente neste embalo melódico para revisitar momentos do seu passado, onde se sentira verdadeiramente atento e desperto.