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Emma Ruth Rundle regressa ao Porto e a Lisboa com disco novo em fevereiro de 2022

Já há datas para o regresso de Emma Ruth Rundle a Portugal. Dia 25 e 26 de fevereiro a americana passa pela Casa da Música, no Porto, e pela Culturgest, em Lisboa, respectivamente. Os concertos servirão para apresentar Engine of Hell, o novo disco com data de edição apontada para 5 de novembro de 2021, onde retorna ao piano, instrumento que havia abandonado nos tempos em que começou a experimentar-se em bandas. Os bilhetes para o concerto já se encontram à venda a um preço de 20 euros para a data a norte e a 16 euros para a data no centro do país. O anúncio destes concertos e da tour pela Europa coincidem com o lançamento do segundo single, Blooms of Oblivion.

Emma Ruth Rundle sempre se mostrou como uma artista multifacetada, igualmente capaz de se exprimir através de sonhadoras abstrações ambientais (como no seu álbum de estreia Electric Guitar: One), de explorações texturais maximalistas (ouça-se o seu trabalho com os Marriages, Red Sparowes e Nocturnes ou as colaborações com Chelsea Wolfe e Thou), bem como na tradição clássica de cantautora, de guitarra acústica em punho (como no álbum Some Heavy Ocean). Mas em Engine of Hell, o seu novo álbum, Rundle concentra-se num instrumento que deixara para trás pouco depois dos seus vinte anos, logo após ter começado a tocar com bandas: o piano. Em combinação com a sua voz, o piano que reverbera em Engine of Hell cria uma espécie de intimidade, como se estivéssemos sentados ao lado de Emma Ruth Rundle no banco, ou até como se tocássemos, nós mesmos, estas canções que exploram e encapsulam as imperfeições e a vulnerabilidade humanas. O instrumento da infância de Rundle é, então, o veículo perfeito para um álbum que é essencialmente uma colecção de memórias da sua juventude, e que capta um momento artístico em que a compositora, magistralmente, se nega a quaisquer floreados ou adereços, para que cada nota e cada palavra atinjam o ouvinte com o máximo impacto. São canções dolorosas e íntimas, mas a mestria de Emma Ruth Rundle revela-se também na facilidade com que nós, ouvintes, nos conseguimos rever nas suas perdas e na sua mágoa, como se um negro espelho se levantasse diante de nós.