Os nossos antepassados integram-nos desde a nascença e vão crescendo dentro de nós à medida que vamos percorrendo este caminho que é a vida. A eles devemos quase toda a essência que nos compõe e a homenagem a um tempo em que se lutava para sobreviver. Um tempo em que a dependência e a união com natureza eram o mais importante e essencial para poder lidar com as contraposições entre o medo e a esperança, o trabalho árduo e a empatia.
Ancestors junta cada partícula que compõe os bosques reflectindo sons da natureza que nos levam a dançar em perfeita comunhão, elevando-nos suavemente pelo ar para voarmos ao lado das águias.
Instrumentalmente, Ancestors é uma ode densa e hipnotizante cuja descoberta se faz por um caminho sensorial com vários estágios de harmonia, melodias e intensidade. As cordas abraçam os barulhos do bosque e a voz comanda o ritual. A bateria, por sua vez, consegue fazer-nos abraçar os tambores dos xamãs e com eles seguir viagem.
No bosque, encontramos um caleidoscópio em tons quentes que nos remete a travessias mentais cobertas de desconforto e prazer. Depois de longos minutos de um ritual mágico, acordamos ao lado da serpente que nos guiou até à fogueira onde os índios invocam os seus antepassados.
Na encosta da Serra da Estrela, ao redor de uma fogueira, cinco druidas decidiram juntar a sua sabedoria e criar uma poção sonora que junta todos os elementos e essências da montanha. Ao longe, avistam Elfos e decidem convidá-los a juntar-se a eles nesta criação. Os ingredientes usados para a poção são o heavy, o blues rock, o stoner, a distorção e o psicadelismo.
A música deste quarteto remete-nos para um lugar onde os pássaros cantam, o vento assobia canções de solidão e os rugidos que vêm do desconhecido ecoam pelos vales. Aqueles onde, sem saber como, nos desintegramos e passamos a constituir como um uno.
Os It Was The Elf são o Edgar Ferrão na bateria, Vasco Bicker na guitarra, Emanuel Mareco no baixo e Diogo Ferreira na voz e teclado.