Foi no ocidente de Berlim, numa cidade ainda dividida que nasceu uma daquelas que viria a ser a maior banda de rock experimental de todos os tempos.
Os Einstürzende Neubauten liderados por Blixa Bargeld constroem e descontroem sons e melodias a partir de coisas com e sem utilidade alguma. A poética que lhes saí do corpo e da alma chega-nos em forma de transe harmonioso que nos deixa boquiabertos, sem fôlego e agradecidos por tamanho talento a que assistimos.
Foram dois anos de espera depois de uns longos 12 anos desde a sua última visita que valeram cada dia e hora. Uma experiência única vivida em cerca de 1h40m com direito a dois encores, humor negro, empatia e palavras em português. A música, essa, dividia-se por 6 talentosas almas que, em perfeita comunhão, nos arrepiavam e enchiam de experimentalismo sensorial em jeito de levitação.
Melancolia, breu, harmonia, desconforto, excitação e luz ofuscante fizeram parte do cocktail de sentir desta noite de 19 de Maio nos bancos confortáveis de uma Aula Magna cheia de almas expectantes e consoladas.
Que a espera seja mais curta desta vez!