Pianista, compositor e produtor, José Tornada descobre o seu interesse pela música e melodia desde muito cedo. É através dos jogos de consola japoneses dos anos 90 e de Claude Debussy que começa a explorar o piano e a reproduzir pequenos trechos melódicos dos mesmos.
Aos 19 anos desiste do curso de arquitectura e muda-se para Londres para perseguir uma carreira na música. Lá dá os seus primeiros concertos e faz as primeiras composições para filmes e televisão. Warner Bros, BBC, FOX, MTV, AXN, VH1 e CBS são algumas das produtoras que fazem parte do portfólio de Tornada. É também em Londres que edita os primeiros discos através da Urban Outfitters UK, Rimeout Records Japan e na Optimus Discos Portugal.
De volta a Portugal, é com o projecto de indie/rock Los Waves que José Tornada pisa os primeiros palcos (CCB, Paredes de Coura, Alive, Sudoeste, Aula Magna) e produz os primeiros projectos de pop/electrónica Violent Shakes e Wildkin.
Só passado uma década de carreira musical é que José Tornada volta a redescobrir o interesse pela música clássica e instrumental, voltando ao ponto de partida, a simplicidade melódica da sua infância. É com esta premissa, a de explorar a música no seu estado mais simples e puro, que se isola na ruralidade do Alentejo durante um ano para compor o seu primeiro álbum de música clássica.
A viver num pré-fabricado de 15m2, rodeado de ovelhas, começa a construir a sua identidade e a sua interpretação do que é a música clássica contemporânea: influenciado pelas bandas sonoras de jogos e animes da sua infância, pela cadência de Carlos Paredes e os acordes de Radiohead descobertos na adolescência e pela experiência de produção e composição adquirida em idade adulta. As influências e experiências de um passado recente (Indie/Rock/Electronica) trazem ao seu trabalho uma sensibilidade pop mantendo a profundidade e a simplicidade na composição, arranjo e produção.
“Visions”, o single que dá também nome ao EP de estreia de José Tornada que é editado em formato digital dia 20 de Maio, é uma faixa que nasce da busca de uma essência e identidade sonora. Uma peça de piano com métrica de “canção” cuja composição vai buscar influências a artistas como Ryuichi Sakamoto e Philip Glass. O videoclip de “Visions”, realizado por Subestimado, surge da intenção de tocar e gravar a faixa com a acústica de um piano de cauda em auditório, sendo o foco na performance da peça um factor importante para o autor. Música que é feita não só para ser ouvida, também para ser tocada.
É esta a porta de entrada para o álbum Love, Hope, Desire and Fear de José Tornada, trabalho que através do piano, violino e spoken word retrata a história de amor, perda e solidão de uma mulher de 70 anos. Love, Hope, Desire and Fear é para José Tornada a sua primeira afirmação pessoal e real enquanto artista.
Fotografia – Subestimado