2022 Concertos Festivais NOS Alive Reportagens

Fontaines D.C. a relembrar-nos que estamos Alive

O Festival NOS Alive está de regresso ao Passeio Maritimo de Algés, em Oeiras. A 14ª edição do festival de Algés, conta este ano com 4 dias de concertos, com 7 palcos, com uma média de 25 concertos por dia tendo inicio às 15h (no Pórtico como tem vindo a ser habitual) e términus bem para lá das 03h da madrugada. Os sucessivos adiamentos por causa da pandemia, levaram a que o cartaz sofresse algumas alterações. Porém, e apesar de alguns cancelamentos de peso (os ‘Faith No More’, por exemplo),  o line-up permaneceu bastante apetecível e bem arrumadinho pelos 4 dias, com o Rock  sempre muito presente. E foi com o Rock ‘n’ Roll norte-americano que o NOS Alive arrancou na 4ª feira passada dia 6 de julho. Os The Strokes, confirmados desde 2020, encabeçaram o Palco Nós num dia em que Jungle abriu a pista de dança.

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Jungle

Os Jungle já são bem conhecidos pelo público português e a verdade é que têm um clube de fãs cada vez maior (Festival Super Bock Super Rock em 2019). Com menos de 10 anos de existência (2013), a banda que iniciou com os dois amigos de infância Josh Lloyd-Watson e Tom McFarland, editou três albúns de originais sendo o mais recente de 2021, “Loving Stereo”, que foi bem recebido pela critica e acarinhado pelas rádios nacionais. Mas foi um misto dos três trabalhos, que a banda londrina optou para o alinhamento e pôr “os melhores dançarinos do mundo” a sacudir os ombros,  até então entropecidos por falta música. Prova disso foi a abertura em altas com ‘Keep moving’, o seu mais recente single. Os Jungle foram crescendo e introduzindo novas sonoridades ao seu reportório, contando com sete elementos em palco (desde 2019). O new-soul dos Jungles animam qualquer palco, e o Palco NOS não podia ter tido melhor começo nesta edição do NOS Alive.

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Modest Mouse

O dia ainda ía a meio, 19h30m, e o recinto já se notava mais cheio de vida. Público bastante jovem, com uma percentagem bastante significativa de estrangeiros, facto que facilmente se conseguia perceber pelo inglês e o espanhol que circulava com freqência no recinto (o Festival NOS Alive é já uma referência internacional nos festivais de música). Alguns contratempos com as mudanças de horários entre bandas (Modest Mouse dia 6), fosse por motivos de cancelamentos de voos (Clairo dia 6), ou por motivos de doença (Tom Mish dia 8). Esta alteração de horários permitiu que pudéssemos ver parte do concerto dos americanos Modest Mouse no Palco Heineken, que em 30 anos de existência (1993) fazem amadurecer o indie rock e tornam-no cada vez mais apetecível. Isaac Brook (vocalista) preparou-nos para o que iria-mos ter no mesmo palco às 21h30m!

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The War on Drugs

Os The War On Drugs subiram ao palco NOS naquela hora mágica dos festivais de música, o final do dia (21h00). A luz alaranjada sobre o Tejo combinou na perfeição com aquele ritmo meio nostálgico da banda de Philadelphia. Com um percurso mais ou menos constante, a banda de Adam Granduciel (voz e guitarra) tem trilhado o seu caminho com pulso (álbum de 2021, ‘I don´t live here anymore’). Vê-los em ascendência é sempre bom, mas o Palco Heineken tem aquela mistica cosy que torna tudo mais próximo e os músicos mais descontraídos. Foram iguais a si próprios, sem grandes excentricidades emocionais ou técnicas, conseguiram segurar o público, apesar da concorrência à mesma hora ter sido forte.

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Fontaines D.C.

E eis que chegou o supreendente momento da noite (para mim), os irlandeses Fontaines D.C.. A banda post-punk de Dublin rebentou o festival e incendiou o Palco Heineken! Os The Strokes podiam esperar e o Casablancas podia ter ficado mais meia hora a descansar debaixo dos seus óculos escuros e do seu humor azedo. Estes miúdos são do caraças! A inquietação constante de Grian Chatten (vocalista) é contagiante, para quem está a a tentar seguir-lhe os passos no palco. De pescoço esticado (à Liam Gallager), blusa de alças e fio dourado (ou de um metal mais precioso, tanto quanto os próprios!). Inqueitação e ansiedade que se faziam sentir em todos os poros da sua pele, nos movimentos e na sua entrega honesta e sem preciosismos artisticos. Diversidade de ritmos dentro de um estilo suficientemente amplo, onde há lugar para que a guitarra acústica domine o ritmo da música e a complete com uma espécie de momento punk literário. E quando substituem a acústica pelo baixo, há lugar para a tristeza invadir as notas e limpar as cordas vocais. Esse é o momento em que a banda se submerge num vulto deliciosamente nostálgico.

Um toque de Liam e de Iggy (por vezes), do grave ao agudo sem esforço. O arrepiar da guitarra num contínuo som mecânico, como em “Don´t belong” ou “A heroes death”. Cinco minutos antes da banda de Julian Casablancas subir ao Palco NOS (22h30m como estaria previsto), começaram a surgir clareiras entre o público mas, sinceramente, não conseguimos abandoná-los. E a antecipar a música que mais soa por cá, “Boys in the better land”, tudo se agitou novamente! Mosh com fartura, e lá se iam expelindo do centro os corpos suados meio anesteciados, mas com o aquele sorriso plasmado no rosto igualzinho ao nosso. “A partir daqui é sempre a descer”. E foi mesmo. Fontaines D.C. foram os senhores que marcaram o regresso do festival do Tejo e do (já) emblemático palco Heineken.

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The Strokes

E finalmente os The Strokes. Apesar de repetentes em terras lusas, nunca consegui avistá-los em cima de um palco. Uma das bandas preferidas de sempre e, sem nunca ter conseguido a proeza de estar duas hora à espera que a atitude do gajo de sempre (front vs backman) se alterasse, não criei expectativas. O historial não era famoso e a sua pretação em festivais muito menos. Mas enfim, os The Strokes são GRANDES! Julian Casablancas teve uma atitude contrária à sua música, ou seja os temas têm uma enorme energia vital são um tributo a esta cena de estarmos vivos e ser tão bom! Casablancas tornou-se um artista com falta dessa energia e ausente dessa vida, isso reflectiu-se na atitude (cansado e sem paciência) e na voz (muito descuidada).

Entretanto, demos um saltinho ao palco Heineken onde os Parov Stelar puseram toda a gente a dançar. Vímos algumas pessoas a desistiram do palco NOS e a procurem vozes mais energizadas, e energia é coisa que não falta aquela malta! A banda liderada pelo músico austriaco Marcos Fureder, surpreendeu tudo e todos que se aproximavam atraidos pela boa disposição.

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Regressámos ao palco NOS para nos despedirmos dos The Strokes. De facto os hits estiveram lá (praticamente) todos. Os riffs estiveram lá, a mandarem-nos dançar aos saltos como se não houvesse amanhã. As melhores composições de Rock de sempre, estiveram lá. Em suma, esteve lá tudo, menos Julian Casablancas. Pode ser que para a próxima, em sala, a coisa lhe corra melhor ou não. Mas os The Strokes continuam a ser os maiores!

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DIA 6 JULHO

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