O Marta, projeto artístico a solo do artista viseense Guilherme Marta, atua no próximo dia 28 de dezembro no Musicbox em Lisboa no âmbito da programação do Festival Emergente.
O Festival Emergente, a acontecer de 28 a 29 de dezembro em Lisboa, tem como foco a sua programação Talento Super Emergente em que se dá destaque a novos talentos e projetos da música portuguesa que, além de estarem no início de carreira, revelam-se já grandes promessas do amanhã.
O Marta é um dos nomes incluídos neste programa e nas apostas deste festival que, nas palavras da organização, em mais uma edição “reafirma o seu carácter fresco, dinâmico e imprevisível” com este line-up de artistas. O concerto d’O Marta acontece no Musicbox, no dia 28 de dezembro, a partir das 20H00, com abertura de portas às 19H30.
“Fado à Portuguesa”, novo single d’O Marta:
Recentemente o artista editou o novo e desafiador single, “Fado à Portuguesa”, canção que nos vem colocar em contemplação das nossas raízes, do cancioneiro nacional e da nostalgia associada a ser-se português.
O tema “Fado à Portuguesa” nasce de uma vontade do artista em pensar e satirizar o quotidiano do povo português em pleno século XXI, onde até o próprio nome nos dá pistas que nos levam a isso. Afinal, o que é um fado se não à portuguesa?
É com esta provocação que O Marta nos apresenta o tema, que nem se assume somente fado nem exclusivamente “à portuguesa”. É, ao invés disso, um pouco dos dois. É um encontro do povo com as suas raízes, numa tentativa de descobrir a sua “voz” (representada pelo fado) enquanto português (representado por “à portuguesa”).
A canção arranca com o som de uma guitarra portuguesa, que guia o tema inteiro sobre um dedilhado constante e harmonicamente feliz, entrando em contraste com a letra da canção, que, ao ir buscar referências ao cancioneiro nacional, se assume crítica da tristeza quase inerente do povo português.
Para além da guitarra portuguesa aparece, também, um outro instrumento que serve de alicerce para a canção: o adufe, um instrumento característico do folclore da região da Beira. O Marta, sobre a inclusão da sonoridade destes dois instrumentos tão importantes na identidade da música nacional, justifica “é com estes dois instrumentos tradicionais e com o cantar triste e melancólico que nasce o “à portuguesa”. Quanto ao fado, quem não o encontrar, é porque não estava à procura dele.”
O lançamento do single “Fado à Portuguesa” é acompanhado pela estreia de um vídeo realizado por Diogo Pontes que já se encontra disponível no canal de YouTube do artista. A canção encontra-se disponível em todas as plataformas.
O Marta é o mais recente projeto de Guilherme Marta que nasce de uma tentativa da exploração do “Eu”, numa procura pela sua essência enquanto músico e produtor. Tudo começou com um olhar para a sua infância: desde novo visitou o país com a família, e descobriu os mais diversos festivais e romarias de Portugal, o que o fez desenvolver um carinho especial pelo canto polifónico português e pela música tradicional.
Nasceu em Viseu, terra onde começou os seus estudos musicais onde ingressou no conservatório de música, para aprender piano. Aos 14 anos fundou a sua primeira banda de covers, que explorava diferentes estilos de música. Mais tarde, ganhou o interesse pela composição e começou a compor as suas próprias canções. Em 2015 criou a sua primeira banda de originais, Blazerdog, e atuou em várias salas da zona da beira alta e baixa: gravaram ainda um single antes do seu término, em 2016. No mesmo ano, Guilherme iniciou os seus estudos na Universidade de Aveiro, onde tirou a licenciatura no curso de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações. Em paralelo, começou a descobrir o mundo da produção que o levou durante estes anos a formar, em conjunto com Leonardo Patrício, o duo chamado Bang Avenue, ligado a uma vertente mais eletrónica e progressiva, com este projeto publicou, em 2019, um EP em 4 singles.
Em 2020 ingressou na ESMAE, no curso de Produção e Tecnologias da Música. Em paralelo, aos 22 anos, nasce O Marta: identidade musical de Guilherme Marta que busca a sua essência enquanto músico e cantor da tradição. Com este projeto, procura criar uma mistura sonora de ritmos típicos de Portugal, com harmonias vocais polifónicas que relembram não só os cantares portugueses, como os do leste europeu, sempre unidos num alicerce que explora em detalhe a linguagem do indie-pop/rock. As composições para este projeto exploraram um leque de sonoridades que vão desde as flautas tradicionais às harmonias vocais, passando pelos instrumentos de percussão tradicionais portugueses (como o Adufe ou o bombo), à inevitável Guitarra Portuguesa e aos sons psicadélicos das guitarras elétricas, sintetizadores e baterias do indie-pop/rock. Em 2022, após o lançamento de 2 singles: “Quando o corpo não te convém” e “A Mulher Beirã”, lança também o seu álbum de estreia intitulado “Ó Moça! É Folclore”, que se compõe com os temas já mencionados anteriormente e seis outros, que em conjunto completam uma ode às mulheres que o criaram e viram crescer: a sua avó, a sua mãe e a sua irmã.
Fotografia: Catarina Silva