A semana não poderia ter terminado da melhor maneira, com amigos e muito Rock’n’Roll! A sala do Village Underground recebeu o segundo de três concertos em Portugal do músico Nick Oliveri a solo. O explosivo baixista norte-americano, passou por Lisboa e trouxe nas cordas da guitarra a Death acoustic tour. O mentor de Mondo Generator e baixista dos Queens Of the Stone Age (entre outras colaborações), encheu as almas dos fãs que tiveram o previlégio de praticamente privar com o artista, que entre cervejas e shots de tequilla acompanharam efusivamente todo o concerto.
Mas antes da purga do Nick aqueceram o palco o quinteto lisboeta, Damn Sessions, que a caminho de editaram o segunda longa-duração, nos projetaram para a imensidão dos desertos na voz rouca e arrastada do vocalista Pedro Pereira. Temas do álbum homónimo, onde os sons melancólicos das guitarras foram atraindo o público que rapidamente acompanhou o ritmo e fez questão de se aproximar do palco. Novos temas no arranque, “3.1” e “Tango”, canção orelhuda que baste e numa junção perfeita na rouquidão selvagem da voz. Meia dúzia de temas fortes e quentes, enquadrados num cenário aconchegante e que nos deixaram vontade de ouvir mais, “The blues it’s a life stile”. Que venham as próximas sessões malditas que lá estaremos.
Um pequeno intervalo para mudança de palco, e que ainda deu para ir espreitar o Nick Oliveri com os fãs a tirar selfies fora do recinto. Quando subiu ao palco fez um pequeno check sound no meio da primeira música, onde no meio da letra, intercalava pedidos “para subir” ou “para descer” o som da guitarra. Situação que esclareceu no final da música, quando com um sorriso disse que estava a afinar a guitarra.
E foi o tema “Bad Boy 4 love” que deu inicio a uma noite que será certamente memorável para quem assistiu. Falas apressadas com uma voz rouca, rasgada nas veias que do pescoço sobressaíam. Nick Oliveri cantou as músicas como quem conta estórias, numa ira explosiva e sempre a levar a voz ao limite.
O alinhamento foi uma mistura dos seus projetos musicais, contando sempre com o apoio dos fãs que com ele brindavam em festa com shots de tequilla, “Love affair with drugs” diz a certa a altura. Mas foram os temas dos Queens of the Stone Age que levaram o público ao rubro, acompanhando efusivamente “Gonna Leave You” e “AutoPilot”, música que dedicou a Mark Lanegan (onde se viam telemóveis no ar a filmar o momento).
Nick Oliveri esteve sozinho em palco com uma guitarra acústica, a cantar e a tocar com muito poucas pausas, numa cumplicidade festiva com os fãs que insistiam em tocar-lhe, e com os quais brindava numa ode à vida! Cúmplice e intimista, quando à capella cantou “Six Shooter” (“Fuck this world / Well, fuck you too /I’ll fucking kill your best friend / What you fucking gonna do, ok?”). E numa despedida calorosa, I love you mother fuckers, my brothers and my sisters, terminou o concerto mas não a noite! Ali ficou com quem quis tirar selfies, ter beijos e abraços seus, um autógrafo na t-shirt ou no CD que tinham acabado de comprar à entrada. O Nick, o Oliveri, é assim, um músico de uma generosidade enorme e que conseguiu sozinho fazer do concerto uma noite memorável.