A Esradio (http://Esradio.pt) cumpriu no passado dia 1 de Julho o seu quarto aniversário e a Música em DX quis conhecer um pouco melhor a ideia e a pessoa por detrás da ideia que junta um colectivo de pessoas ligadas à música e que, através da Esradio partilham o que gostam, conhecem e exploram com todos os que os queiram ouvir.
Ricardo Santiago assume-se como alguém com os ouvidos mais postos no futuro do que no passado do indie e do pop/rock e com vontade de ir mais além, mas de forma ponderada e sem dar passos maiores que a própria perna. Se pudesse viajar no tempo gostava de rever os concertos de Blood Red Shoes e o de Panda Bear & Sonic Boom. Não suporta os Scorpions, e preferia mesmo um concerto inteiro do Toy a sequer um minuto de qualquer música deles. Neste momento o disco da vida de Ricardo é um disco de Linda Martini, mas o primeiro disco que comprou com as semanadas foi um disco de Rage Against The Machine ou Prodigy. Convidamos-vos a todos a espreitar a grelha de programação e a visitar a página da Esradio, clicar no play e ficar a conhecer um pouco mais este projecto que tem vindo a crescer e a agregar cada vez mais pessoas que gostam de música à sua volta.
Música em DX – Como é que nasceu a Esradio ? Foi uma ideia que foi crescendo ou foi uma epifania?
Ricardo Santiago – A Esradio nasceu de uma epifania de um produtor que tinha na altura que trabalhava para outra rádio (ainda hoje ele é o responsável pela parte técnica da Esradio), porque na altura que estávamos na IFM, e por questões de gestão, eu e muitos colegas saímos da estação. Eu como tinha ficado agarrado ao bichinho da rádio e queria continuar, o produtor propôs-me construir uma rádio de raiz que fosse mais a minha imagem (indie, Alternativa, electrónica) e assim a rádio num todo trabalhar para o mesmo público. Foi assim que a rádio nasceu.
Música em DX – Como é que o bichinho da rádio te apanhou da primeira vez?
Ricardo Santiago – Sempre tive uma forte ligação a música, o meu pai é um auto didacta dos instrumentos, e desde logo a musica sempre foi algo muito presente na minha vida. Quando surgiu a oportunidade de fazer rádio, e assim que meti os pés no estúdio pela primeira vez, senti que estava a fazer algo maior. O mesmo do que alguma pessoas que sempre admirei.
Música em DX – E como é que foi essa primeira experiência, podes contar um pouco?
Ricardo Santiago – Foi um carrossel de emoções. O entusiasmo quase pueril dos momentos que se anteciparam a essa experiência deram lugar a um nervosismo e ansiedade atroz, ainda assim a vontade e o gosto de fazer rádio prevaleceu.
Música em DX – Qual é a missão da Esradio?
Ricardo Santiago – A missão da Esradio é ser uma rádio verdadeiramente livre para todos os que fazem parte da mesma, cada um com o seu papel, cada um com a sua matriz para sermos uma rádio ecléctica, livre e humana.
Música em DX – Como é que foste juntando o colectivo?
Ricardo Santiago – Confesso que foi um misto de sorte e talvez, uma espécie de sexto sentido. Uns autores ofereceram-se para fazer programas, uns aceitei, outros não. Outras pessoas fui convidando, porque ia ouvindo algumas coisas do que faziam, alguns músicos também. A pandemia ajudou a rádio a trazer pessoas para este universo e também ajudou a que essas pessoas tivessem algo com que se abstrair durante os confinamentos.
Música em DX – Quais são as tuas rádios de referência?
Ricardo Santiago – Neste momento não ouço muito outras rádios, só a caminho do trabalho, a Antena3. Ouvi-a a Vodafone FM mas depois mudaram um bocado o rumo e deixei de ouvir e por vezes ainda oiço a Radar, mas é raro. Acabo por ouvir mais a minha rádio, para conseguir ouvir os programas de autor e também para afinar detalhes das playlist, se há músicas que estão a repetir muito ou se fazem ou não sentido ali.
Música em DX – Cumpridos 4 anos de Esradio, quais são os próximos passos?
Ricardo Santiago – A nova temporada vai trazer algumas novidades, temos novos programas a estrear. Vai haver um programa com entrevistas a pessoas ligadas ao mundo das artes. Agora durante o verão e mais para o final também vamos ter emissões em directo de um festival. A ideia é crescer e chegar a cada vez mais pessoas mas de forma sustentável.