Os Sunflowers voltaram esta sexta feira a Lisboa, ao Musicbox para, como diziam no seu post, “revisitar velhos clássicos, testar coisinhas novas…limpar a casa e a cabeça”! Com eles trouxeram uma boa novidade, pelo menos para mim, para abrir hostilidades, os Rival Clubs. Numa noite de Janeiro, nada fria, diga-se de passagem, a sala do Cais do Sodré ficou muito aquém da sua lotação, o que em Janeiro nunca é coisa muito estranha em Lisboa, mesmo que a oferta seja de grande qualidade.
O quarteto Rival Clubs apresentou-se quase à hora marcada prontíssimo para nos rebentar com os tímpanos, e quase conseguiram. O som estava de facto muito forte à frente do palco, momentos houve em que parecia que os nossos corpos poderiam explodir com a intensidade ou que a qualquer momento os instrumentos se iam desintegrar.
Isso não impediu que o público na sala se fosse chegando cada vez mais, impelidos pela vitalidade e garra com que a banda agarrou o concerto, tendo conseguido arrancar fortes aplausos pela sua prestação. Som forte e equilibrado, com algumas ideias a trazerem à minha memória outras bandas portuguesas de muita qualidade como os X-Wife. Uma boa primeira impressão que me fez ir procurar mais, para apenas encontrar o single “Celebrate Me“, que de acordo com a informação nas plataformas digitais, foi lançado em Julho do ano passado. Fui ouvir quando saí para a rua e não lhes faz justiça. Querem saber quem são os Rival Clubs é ir ver o próximo concerto. Eu própria gostaria de saber mais, mas terei de seguir o meu próprio conselho, para confirmar se isto é sempre assim ou se foi sorte de “primeira vez”.
Entre um concerto e outro a sala encheu um pouco mais, mas nada do que estamos habituados nas noites que já passámos com os Sunflowers em vários sítios. Tal como haviam dito revisitaram os velhos clássicos como Zombie e Charlie Don’t Surf, mas também nos brindaram com uma música recente que apenas figura numa cassete que tinham no merchandising daquela noite.
Novamente o som nos antípodas da capacidade dos corpos, mas sem que isso melindrasse quem quer que fosse, dançou-se durante 50 minutos de concerto de alma cheia, e corpo a rebentar.
Ainda na ressaca do quarto disco lançado em Abril de 2023, “A Strange Feeling of Existencial Angst”, e da tour que desta vez até os levou à Àfrica do Sul, os Sunflowers continuam a encher as medidas a todos os que não dispensam uma boa descarga de energia em palco e fora dele. Desta noite fica a curiosidade por saber o que se segue. A fórmula não está esgotada, nem nada que se pareça, mas a páginas tantas, olhando para o que escreveram no Bandcamp a propósito do lançamento de “A Strange Feeling of Existencial Angst” fiquei curiosíssima com o que se vai passar a seguir, mas certa que não perderei as oportunidades que forem surgindo para os reencontrar num qualquer palco por aí.