O aclamado cantautor traz o campo à cidade e apresenta “Transumante” ao vivo no Porto e em Lisboa
4 Abril – Casa da Música
9 Abril – Teatro Maria Matos
“Comandado pela voz segura e dicção meticulosa do homem cujo trajeto a solo remonta à década de 90, “Transumante” é um belíssimo disco, não só pela riqueza das canções, como pelo ambiente que a todas as faixas abraça, entre o telúrico e o sonhador. Prova de que um homem a sós com as suas ideias e a sua viola de cordas de nylon (mais tarde guarnecida com arranjos onde as inventivas percussões se destacam) pode mesmo muito.”
Lia Pereira in Expresso
O verde, a paisagem, o recato, a contemplação são alguns dos predicados que Jorge Cruz partilha na sua nova viagem musical, denominada “Transumante”. Lançada em Fevereiro, a mais recente obra a solo do superlativo compositor português vai ser transportada para os palcos da Casa da Música, no Porto (4 de Abril), e do Teatro Maria Matos, em Lisboa (9 de Abril).
Depois do corpo de trabalho que desenvolveu com os Diabo na Cruz – responsáveis por conquistarem o público com o seu Roque Popular e pelo resgate da audaz simbiose entre a música moderna e a tradição, tão presente no actual panorama nacional -, o ex-líder do saudoso colectivo continua o regresso à raiz, porém agora à da linguagem simples, munida apenas de voz e viola. O poder da palavra eleva-se quando colocada sobre o dedilhar suave e melódico das cordas de nylon, que enforma a folk pastoral de “Transumante”.
Inspirado pela ruralidade e pelo património natural do país, Jorge Cruz reflecte neste disco o nomadismo que sempre abraçou, tanto na vida como no percurso artístico. Foi a partir desse ponto telúrico que burilou as dez bucólicas canções que o reafirmam como um dos criadores mais sublimes da música cantada na língua portuguesa.
Composto, tocado, gravado e misturado pelo próprio, “Transumante” é todo ele uma viagem preenchida por serras e planícies a perder de vista, mas também uma travessia pelo interior do cantautor. “Caminho de Casa”, “Minh’alma”, “A Milhas do Mar” e o tema-título, que se pinta de “montes onde o sol já repousou” e de “rochas e veredas rumo a vales que Deus abençoou”, são alguns dos momentos que afinam a bússola sinónimo da pureza espalhada pelo álbum.
É nesse registo de autenticidade que, sozinho no palco e de viola em punho, o ainda compositor de artistas incomparáveis como Ana Moura, Cristina Branco ou Gisela João, se prepara para concluir a jornada de “Transumante”, em Abril, com dois concertos no Porto e em Lisboa: na Casa da Música, no dia 4, às 21h30, e no Teatro Maria Matos, a 9, pelas 21h00. Os bilhetes para ambos custam €20 e podem ser adquiridos AQUI e AQUI.
Por entre lugares remotos e intocados que a natureza ainda preserva, nascem as genuínas e delicadas canções que Jorge Cruz apresenta agora na cidade – uma absoluta mas bela contradição que promete reforçar laços e raízes, e oferecer um mergulho profundo na simplicidade da vida.
“Transumante” está disponível nas plataformas digitais e em edições físicas e ultra limitadas em CD (300 exemplares) e vinil (150 exemplares).
Fotografia (capa) – Joana Linda
