“O ano passado foi divertido. A ressaca do lançamento do nosso primeiro EP, já no fim de 2022, não nos deixou dormir. Fomos abrir Just Mustard e Sorry a Paris; rodamos no Westway Lab, servimos Febras em Briteiros e comemos bem no Courage em Guimarães. Sabe bem tocar num evento associado ao Paredes Coura. Sabe melhor ter o Tio Jel a rir-se connosco, ou ver um insta-louvor do conceituado crítico musical Francisco Mendes da Silva. Pelo meio, aparecemos de roupão no Telejornal da RTP — quem diria que o Dude chegava lá…
Que mais querem? Se aprendemos alguma coisa com isto tudo é que o que enche a alma esvazia o estômago. E estamos cheios de fome.”
Aqui vai “Libertine”: a história do pirralho que queria ser libertino. Do Barry Lyndon urbano.
Ledher Blue nasceu em Guimarães, pela mão de Zé e Pedro Duarte – dois amigos que lá se conheceram, na adolescência, e que aí partilharam a luta contra a mocidade. Esta amizade, temperada com alguns destilados, acelerou a passagem do tempo.
Alguns anos depois, quando conheciam já de cor a paisagem noturna da sua pequena cidade, decidiram trocar a asfixia das Praças pela liberdade de uma velha garagem. A luta era agora outra e, armados com o material de que dispunham, disparavam à monotonia. Este passatempo foi-se enraizando, começando a ser levado a sério.
Com confinamento, a banda deu o salto e já se conseguia ver uma maçã-de-Adão. Foi desta pré-adolescência que gravaram e lançaram o seu EP de estreia Downside Up!. Não só cativaram a localidade e as rádios mas principalmente as pessoas. Daí vieram grandes concertos com os Just Mustard e os Sorry em Paris, os Capitão Fausto em Guimarães ou o controverso Rock in Rio Febras.
De forma que foi um ano cheio de superações, cheio de libertação, cheio de abrir o botão, recostar na cadeira e com uma tour en l’air manual pedir um palito.
“A verdade é que aprendemos que o que enche a alma esvazia o estômago e estamos mais esfomeados que nunca.” Desta forma, saiu Libertine no passado dia 4 de Abril, comvideoclipe realizado por Rute Duarte.