20190816 - Festival Vodafone Paredes de Coura'19 @ Praia Fluvial do Taboão
Opinião Reviews

O que ver e sentir em mais uma edição do Vodafone Paredes de Coura

Costuma-se dizer que os amores de verão são especiais. Trazem sempre uma estação do ano ligada a eles. São bonitos, intensos, quentes e, apesar de pouco duradouros, deixam aquela sensação de paixão que nos vai apertando o estômago e abrilhantando os dias.
Há alguns anos que tenho a sorte de ter um amor de verão que encontro todos os anos. Talvez esteja a falar por alguns de vocês também. Mas de uma forma quase inexplicável, o final de Julho tornou-se numa altura do ano em que começo a sentir ansiedade boa por se estar a aproximar o festival.
Talvez porque se tornou num festival que nos dá muito a nível sonoro, conseguindo sempre fazer um equilíbrio entre mainstream e underground com extrema qualidade, oferecendo como extra um ambiente único de uma vila que nos recebe de braços abertos, de um rio e as suas margens que nos transportam para o lugar mais calmo e sereno e uma ambiência no recinto que, felizmente, ainda se afasta da dos restantes grandes festivais. 

E como é costume, aqui estamos nós para vos dizer o que podem encontrar nos próximos dias 14 a 17 de Agosto naquele que é o reencontro anual com o amor de verão de nome Vodafone Paredes de Coura.

Mas antes disso, temos o já tradicional Festival Sobe à Vila que começa a 11 e vai até 13. Dia 11 os concertos vão acontecer na Caixa de Música com We Know a Place, Girls 96, Nocivo e Ugho, dia 12 já no coração da Vila temos Marquise, Scúru Fitchádu e Boca de Sino Club e no dia 13 haverá 800 Gondomar, Classe Crua e Peter Castro.

Damos início à jornada rumo ao anfiteatro natural, mas o dia 14 tem início com o Jazz na Relva, na Praia Fluvial do Taboão com concertos de Bonifácio e Vivax. Já no recinto, a abertura das hostes está a cargo de Wolf Manhattan no Palco Yorn e depois First Breath After Coma + Noiserv + Banda de Música de Mateus no Palco Vodafone que prometem envolver-nos numa intensidade ternurenta e emotiva com o abraço quente da orquestra. 

De seguida, no mesmo palco, mantemos o registo ténue, mas com um pouco mais de riffs com os britânicos Bar Itália e o seu indie rock em formato trio despreocupado e com algumas distorções. 

Num registo um pouco fora de horas, mais virado para ambiências electrónicas com mistura de free jazz e outras componentes, vai estar no palco secundário o produtor Dorian Concept

Também algo fora de horas, fazendo mais sentido na abertura de um dos palcos, André 3000 e o seu primeiro disco a solo New Blue Sun carregado ambient e spiritual jazz, perfeito para ajudar a acomodar o estômago enquanto jantamos. 

Regressamos ao palco secundário para um encontro com os australianos Glass Beams e o seu mais recente trabalho Mahal, com influências orientais e algum psicodelismo leve. 

Regressamos à electrónica, desta vez algo sensual, no mesmo palco com o americano George Clanton que vem apresentar o seu mais recente trabalho, lançado no ano passado, Ooh Rap I Ya.

Mantemo-nos no palco secundário para algo mais agressivo com o noise rock com laivos de post punk dos americanos Model/Actriz para começarmos a receber energia, pois vamos precisar dela para nos aguentarmos. 

Já a horas de clubbing e a encerrar o festival mais uma descarga de post punk e alguma electrónica à mistura com o regresso dos Sextile a Portugal. 

Encerrado o primeiro dia, o segundo dia começa (tarde, esperemos) com Silentide e Acid Acid no Jazz na Relva. 

Já no recinto, o palco Yorn abre com os aveirenses Moonshiners que nos vão trazer um blues rock bastante apetecível. 

No mesmo palco, de Chicago, os Deeper com um indie rock e rock alternativo com atmosferas interessantes e intrigantes vêm apresentar o mais recente disco Careful! lançado em Setembro pela Sub Pop. 

Mantemo-nos no Palco Yorn e damos as boas vindas aos Wednesday, também americanos e também donos de um rock alternativo mais focado no indie com algum country à mistura. 

A banda que vem a seguir é uma banda da qual gosto muito e que sigo há bastante tempo. São as Sleater-Kinney que vão trazer o seu cheiro a 90’s e a rock alternativo ao palco principal do festival. 

Mantemo-nos no feminino mas desta vez em versão instrumental e tropical com as londrinas Los Bichos no palco Yorn. 

O calor vai aumentar com os graves dos Protomartyr e o seu post punk noise denso. Vêm apresentar o seu último disco lançado no ano passado Formal Growth in The Desert. Para ver no palco secundário.

Ainda no registo 90’s não pelo ano de formação mas pelas claras influências, temos os irlandeses Sprints com o primeiro disco lançado neste ano, Letter to Self é uma boa promessa de garage. 

Para quem se aguentar, nesta noite já terá algo mais electrónico a encerrar a noite com o duo Joy (Anonymous) formado na pandemia e com um forte amor à vida. 

Já a meio da jornada, o terceiro dia de festival vai contar com Lika e Bardino à beira rio e tem, depois, início no palco secundário com o concerto dos nortenhos Conferência Inferno que vai trazer algumas influências dos 80’s com post punk à mistura. 

No palco principal, aguardam-nos os franceses Nouvelle Vague, coletivo de versões de punk rock, post punk e new wave. 

De regresso ao palco secundário, de Los Angeles, temos o calor do psicadelismo e folk dos Allah-Las que vai tornar o momento de sol alaranjado especial. Trazem o seu mais recente trabalho, lançado no final do ano passado – Zuma 85.

Regressamos ao palco principal para tentar perceber se vamos ter ou não um concerto bom da diva Cat Power. Esperemos que sim. Normalmente é uma roleta russa! A cantautora americana está de regresso a Portugal com a sua indie rock e folk. 

Mantemos a suavidade, mas mais virada para a pop com o concerto de Girl in Red, também no palco principal. A norueguesa Marie vai tentar conquistar-nos com a sua suavidade e leveza.

Mantemos o sonho e o nível de suavidade e rumamos para o palco secundário para ver Beach Fossils (concerto há muito ansiado). Os nova iorquinos regressam a Portugal, após uma longa espera para apresentar o mais recente trabalho Bunny carregado de dream pop, indie rock e algum surf. 

Mais um registo em horas estranhas no palco secundário. Mdou Moctar regressa a portugal com o seu instrumental tuareg, trazendo o seu mais recente disco na mala – Funeral For Justice

Para encerrar com chave de ouro, mas demasiado tarde, os holandeses Tramhaus e o seu post punk denso e intenso. 

Último dia de festival, o que custa mais, na verdade. Por ser o último e por o cansaço já pesar. Este ano é, também, um dos mais fortes. 

Começa com o Jazz na Relva com os concertos de MaZela e YAKUZA e, já no anfiteatro natural, com o músico inglês Baxter Dury no palco principal. Traz uma mistura de new wave e indie e o seu mais recente trabalho I Thought I Was Better Than You.

No palco Yorn encontramos um registo mais pesado com os norte americanos Hotline TNT num registo mais noise e distorcido com traços de shoegazze. 

A sonhar com o shoegazze, rumamos ao palco principal para o regresso dos Slowdive a este paraíso natural e musical que, certamente, os vai receber como sempre e eles a nós! Com um disco muito aclamado em 2023, prometem manter a fasquia. 

De regresso ao palco secundário e num registo sonhador, vamos encontrar os londrinos Still Corners com a sua dream pop bonita e capaz de nos levar a continuar a fazer a viagem que já começámos atrás. 

Da Escócia e de regresso a Portugal, temos os Jesus And Mary Chain com o seu mais recente trabalho Glasgow Eyes, lançado este ano e carregado de cheiro à antigamente com toques de modernidade. Será, certamente, um dos concertos da noite!

Subimos uma década e vamos para um registo mais rock e visceral e um pouco indie com os Superchuk. Vêm dos Estados Unidos e vão continuar a festa com boas guitarradas. 

O placo principal encerra com os brilhantes Fonaines DC que são mais uma daquelas ânsias que tenho. Não só pelo estilo musical mas por serem dos melhores no mesmo. Os Irlandeses têm poucos anos de carreira mas já provaram do que são capazes e disco após disco, trazem maturidade e certezas. Romance, lançado este ano é mais uma prova disso!

Mais uma noitada para vermos coisas boas e aproveitar tudo até ao máximo! Destroy Boys ocupam o palco secundário com um punk rock energético e explosivo. Capaz de nos abanar um pouco. 

Para terminar em modo dança não podiam ter escolhido melhor que Moullinex △ GPU Panic para nos guiarem pela noite fora de olhos fechados e sorriso nos lábios. 

Resta-nos questionar onde andará Nuno Lopes? 

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Não se esqueçam de ficar atentos às Music Sessions que são sempre surpresa e garantem momentos especiais e, na sua maioria, inesquecíveis.

Vemo-nos na Praia Fluvial do Taboão!