De 8 a 11 de agosto celebrou-se um largo, vivo e renovado, os 50 anos do 25 de Abril e a diversidade viveu a aldeia. O BONS SONS voltou a habitar as ruas no ano em que completou 18 anos e 12 edições, após um ano de pausa devido a obras de requalificação na aldeia de Cem Soldos.
Na 12.ª edição, o BONS SONS conheceu um novo largo e voltou a habitar a rua. A festa fez-se entre os 43 concertos, 32 espetáculos e atividades paralelas realizadas por cerca de 200 artistas. A este número soma-se a realização de 3 concertos inesperados nas ruas da aldeia e de 30 concertos espontâneos no Palco Garagem.
Durante quatro dias (dois deles – sábado e domingo – com lotação esgotada), o BONS SONS contou com 33.500 visitantes e com muita música, dança, cinema, histórias encenadas, Burros de Miranda, percursos artísticos e oficinas. Uma edição marcada por um largo renovado que permitiu uma edição com um recinto mais amplo e estruturado, em que a celebração dos 50 anos do 25 de Abril foi transversal a todo o cartaz-
Além das transformações dos espaços de Cem Soldos que potenciaram infraestruturas mais adequadas e com menos barreiras para receber pessoas, independentemente da sua condição, nesta edição o festival deu continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver em torno de todos os tipos de acessibilidades, com apoio da Acesso Cultura. Medidas que potenciaram mais formas de viver o festival e de celebrar uma comunidade que se quer diversa, coesa, resiliente e capaz.
O Plano para a Diversidade desenvolvido nesta edição potenciou: a existência de plataformas individualizadas nos palcos Lopes-Graça e António Variações, para que pessoas em cadeiras de rodas assistam aos concertos no meio do público, de forma segura, com o seu grupo e à altura da restante plateia; a existência de um espaço prioritário à frente dos palcos Lopes-Graça, António Variações e Giacometti – INATEL, onde pessoas com mobilidade condicionada podem estar acompanhadas pelo seu grupo; autocarro-transfer para o festival adaptado para pessoas com mobilidade reduzida; Glamping com tendas adaptadas para pessoas com mobilidade condicionada, bem como casas de banho e balneários adaptados; programação com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, nomeadamente, nas conversas Gerador e no espetáculo Quis Saber Quem Sou – Um Concerto Teatral, de Pedro Penim.
Esta edição foi também marcada pela a homenagem a figuras ligadas à música que desapareceram este ano e que estiveram ligadas ao BONS SONS ao longo do tempo. Nas ruas de Cem Soldos ficaram inscritas homenagens a Sara Tavares (que deu um concerto, em 2018), Fausto (concerto em 2010) e Armando Carvalhêda, que teve uma carreira ligada à rádio e fez inúmeras emissões da Antena 1, diretamente do Bons Sons.
O reflexo de um festival organizado por uma aldeia inteira, uma comunidade onde 400 pessoas (300 da aldeia e 100 de fora) participam voluntariamente e tornam possível o BONS SONS que existe e quer existir pela contemporaneidade no campo, por uma plataforma cultural, pelo planeamento do território, pela cidadania participativa, pelo envelhecimento ativo, pelo ensino em comunidade, pelos projetos de território, por uma ação sustentável, pela criação de espaço público e pela cultura popular.
43 | concertos | |
32 | espetáculos e atividades paralelas | |
205 | artistas | |
3 | concertos inesperados | |
30 | concertos espontâneos no Palco Garagem | |
33.500 | visitantes | |
490 | pessoas voluntárias envolvidas (400 da aldeia, 90 externas) |
Este ano, o recinto voltou a ter alterações: foi criado o Palco ao Adro e o Palco MPAGDP mudou de local. O primeiro, localizado no adro da Igreja de São Sebastião foi a paragem final do concerto-arruada de Fanfarra Káustika que percorreu as principais ruas da aldeia e palco para a atuação de Coro das Mulheres da Fábrica. Este cenário, à frente da igreja, que ganhou destaque após as obras de requalificação do centro de Cem Soldos, foi ainda o espaço escolhido para acolher os espetáculos de dança KDEIRAZ, de Natália Mendonça e Krump Session, de Dougie Knight – programados em parceria com a Materiais Diversos.
Os concertos programados pela MPAGDP passaram, nesta edição, a ter um palco num novo espaço, que recebeu as atuações de Diana Combo, Ambria Ardena, Fala Povo Fala e Coro da Cura, dando continuidade ao trabalho de valorização e divulgação de processos, práticas musicais e manifestações de cultura popular.