Perante uns Overkill algo murchos e até aborrecidos, os Insomnium levaram facilmente a taça de melhor concerto do dia.
NERVOCHAOS
Passados quase 30 anos a moerem-nos os ouvidos, os Nervochaos finalmente pisaram o palco nobre do maior festival de heavy metal nacional. Assim como seria de esperar, corre no sangue do trio paulistano a doença da música extrema brasileira a que bandas clássicas como Krisiun e Sarcófago e outras mais recentes como Nervosa ou Crypta nos têm habituado, e que é caracterizada por violência, insensatez e descompromisso total, tudo de forma muito espontânea. Nota 10!
ELVENKING
Os italianos Elvenking visitaram Vagos pela primeira vez e provaram com à-vontade o porquê de serem uma aposta da clássica AFM Records. É verdade que a banda investe algo em imagem, mas, em rigor, é a música que o sexteto “veste” que mais impressiona o ouvinte. Ao fim de quase 30 anos de estrada e com 11 discos de estúdio anormalmente sólidos, é bom perceber que o Vagos Metal Fest está atento a bandas pouco óbvias, mas muito bem-vindas.
INSOMNIUM
Detentores de um death metal melódico muito característico e proprietário, os nórdicos Insomnium foram indiscutivelmente a melhor banda do primeiro dia do Vagos Metal Fest. Ainda na ronda de promoção do aclamado “Anno 1696”, o colectivo finlandês liderado por Niilo Sevänen criou uma enorme expectativa junto dos metaleiros portugueses e a aposta foi certeira de ambas as partes. Praticaram alguns dos momentos mais carismáticos dos três dias e enfatizaram a proximidade junto dos fãs portugueses. Mais um nome de alta qualidade trazido a Portugal pelo Vagos Metal Fest.
OVERKILL
Os norte-americanos Overkill dispensam apresentações há mais de 40 anos, mas nem sempre tudo corre bem – é assim a condição humana. Logo de início, Bobby “Blitz” Ellsworth parecia distante, cansado, enfadado por estar a encabeçar a primeira noite do Vagos Metal Fest 2025. Chegámos a pensar se seria algum problema de saúde, tal foi a prestação anémica a que assistimos. Depois, os Overkill não são a melhor banda para encabeçar um cartaz do tamanho do Vagos e tão pouco é fácil ouvi-los durante mais de 50 minutos sem soarem ao mesmo. Acrescente-se a isso a lista de clássicos expectáveis desfiados e concluímos que o fermento não foi suficiente para levedar o bolo. Não foram maus, apenas entediantes.
UADA
E se uns americanos nem sempre convencem, outros há que dificilmente desiludem, caso dos Uada, que, com cerca de 10 anos de actividade, conseguiram impôr-se como um dos principais nomes do black metal a nível global. Naturais do Oregon, que sempre foi um estado prolífico em tudo o que diga respeito ao metal extremo (Agalloch, Red Fang, YOB, L’Acéphale), os Uada reforçam a ideia de que há sempre qualquer coisa inusitada com o black metal norte-americano (até o nome soa estranho), mas, também, algo que atrai pela sua diferença e pensamento mais vanguardista. Trouxeram na bagagem o bem conseguido “Crepuscule Natura” e não desapontaram nem os fiéis, nem os novos acólitos no Vagos Metal Fest. Fecharam o primeiro dia com chave de ouro.