Uma das coisas boas que tem esta vida seja a da música seja aquela que vivemos no nosso dia a dia, são as surpresas. Aquelas boas que nos fazem sorrir e voltar a ter espaço para acreditar, seja no que for.
Os Bad Tomato intitulam-se como ‘um trio que está aqui para ser a nossa nova banda favorita.’ e a verdade é que podem não estar muito longe de estar certos.
Depois de alguns concertos na Europa, a nova banda de Manuel Casanova, Jantonio Silva e Miguel Albino estreava-se numa sala na sua terra natal. Foi na quinta-feira passada, dia 10 de Outubro no MusicBox, juntamente com os Them Flying Monkeys.
Com uma introdução electrónica, entraram em palco acompanhados de Simon (Hause Plants e Grand Sun), no baixo e rapidamente nos deixaram de queixo caído.
Os Bad Tomato, misturam punk com post punk e alguma electrónica. A voz, muito americana, acompanha a postura e a linguagem física, deixando um rasto a 90’s daquele das bandas quase demolidoras.
Foram cerca de 40 minutos de guitarras electrizantes, baixos densos e um ritmo alucinante. Apesar de alguma dança, as cordas são bastante densas e pesadas, bem ao jeito da nova era post punk que tem vindo a surgir. Diria que a nível de estética sonora, serão os Model/Actriz de terras lusas. Manuel Casanova, apesar de ainda estar algo preso, é um excelente frontman e sabe o que está a fazer, deixando a sensação que o punk lhe escorre pelos poros.
O EP chama-se Bark e o seu conteúdo, apresentado nesta noite, vale bem a pena ser degustado, de preferência ao vivo. Fiquem atentos!
Os Them Flying Monkeys já são nossos conhecidos de estrada e de palcos e já foram várias as formas que a sua música tem assumido. Desde o indie ao garage fuzz passando agora a assumir uma nova identidade. Os anos de estrada trazem-lhes o à vontade e maturidade tanto na composição como em cima do palco. Isso sente-se à distância. As composições mais densas, corpulentas, com tonalidades e paisagens diversas e algumas explosões sónicas fazem parte do espetáculo destes cinco amigos. É um espectáculo energético e com capacidade de abanar cada um dos nossos membros corporais, no entanto, e a nível de gosto pessoal apenas, não me identifiquei com esta identidade vocal à “Idles” que assumem no momento.
