Os buracos, as intempéries, as tormentas e os declives. O sol, o renascer, o crescer e o viver.
A perfeição, a imperfeição, o efémero, o tempo e o valor das coisas.
Poderá viver o ser humano sem esta imensidão de sabores e sentidos? Poderá, claro, mas será sempre um ser vazio.
Moloch marca o regresso dos Moloch a estúdio. Com ele, um cocktail de sabores e texturas. Tal como aquilo a que chamamos viver na era descontrolada em que vivemos.
Este primeiro LP vinca um afastamento do trabalho anterior, Betta Splendens, pela necessidade intrínseca de se poderem ligar a outras sonoridades além do stoner/heavy psych.
Nele podemos sentir também punk, grunge, rock alternativo, garage, revolta e renascimento, poesia e prosa, num pano de fundo cheio de distorções, algum fuzz e muita densidade.
Moloch é um chegar a casa. Um aconchego e uma descoberta pura de uma identidade. A banda encontra a sua linguagem, sentindo um equilíbrio entre a melodia e o ruído, o caos e o silêncio. As letras, maioritariamente em português, fogem à etiqueta do “rock em americano” e mantém as referências, influências e homenagens (Glenn Branca, Vítor Silva Tavares, Guy Debord, Larry Law, Situacionistas, Begoña Paz), seja nos samples, seja em pormenores nas letras, cruzando literatura e música, e, de algum modo, demarcando uma posição enquanto projeto a um nível mais politizado, em virtude dos tempos que se vivem.
O disco foi gravado em take direto, adicionando apenas pormenores, voz e segundas guitarras em pós-produção, com o intuito de manter não só a energia, tanto quanto o possível, dos concertos, mas, também, a humanidade (erros, espontaneidade – o momento -, mesmo que imperfeito). O “produto acabado” é uma ideia algo deprimente.
Gravado em Abril de 2024, Moloch tem captação, mistura e masterização por André Isidro. O disco saiu no dia 2 de Dezembro de 2024 com selo da Raging Planet. Será apresentado na FEIA, com um concerto no dia 7 de Dezembro nas DAMAS.