Concertos Reportagens

Máquina, Errorr, Hun Hun; a batida, o caos e o amor. Era uma vez.

Em quase tudo o que vou escrevendo, começo pela descrição das noites. Ou mais raro, dos dias. A temperatura sobretudo, porque apesar de ser fácil o acesso às datas da maioria das coisas que vamos assistindo, a temperatura exterior a uma sala de concertos ainda molda de alguma forma o que lá dentro se vai passando, a disposição da plateia e o desencadear de todo o ritual que é um concerto.

O frio demorou este ano, foram poucas as vezes que me lembro de começar dezembro sem ter frio. Apesar de saber que isso não é nada bom sinal, que é sintomático de tudo o que de errado se passa neste pequeno ponto do espaço sideral, não posso negar que o aproveitei bem, mas esperar que a 12 isso ainda se mantivesse talvez fosse já demais por isso muni-me do meu melhor casaco sabendo que mal entrasse no Music Box teria de me livrar rapidamente dele.

Cais do Sodré, quinta feira e já se respira fim de semana. Em dezembro um pouco mais e nesta quinta feira,  à hora marcada, a sala emanava uma energia de noite de verão e não de noite bem gelada. O duo belga Hun Hun, no seu tom morno e ambiental ajudou a começar a noite no crescendo pretendido mantendo sempre uma plateia estável mas que no final já se mostrava inquieta, ou impaciente por mais que ambientes mornos.

Hun Hun

  • 20241213 - Hun Hun @ Musicbox
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Os Errorr entraram em palco com o Music Box já completamente repleto e bastante expectante. A pausa entre concertos moldou a sala para este momento e a banda nascida da ideia e execução de Leonard Kaage  soube fazer a entrada deixando a plateia como que meio suspensa para rodarem rapidamente Heroine e Not Even Bored do primeiro disco Self Destruct (2023, Anomic Records), e aproveitando para mostrar já no alinhamento músicas que não aparecem no álbum Self Destruct nem no EP de 2021, Servant.

À terceira música já tem pelo metade da sala completamente por conta deles. E acredito que o resto também.

Agarraram sempre melhor o público nos momentos mais duros e densos, a mais densa batida e a mais dura distorção bem combinadas. Outros momentos com um certo travo a melancolia não alcançaram talvez o impacto desejado. Parecem muito mais seguros e dentro daquilo que mostram em músicas como Paranoia do que em With Love From the Grave, se bem que na realidade, o que mais impacta nos Errorr é mesmo a qualidade em palco. Em disco, dá para perceber ao que veem mas isto funciona mesmo bem é em palco. Ou seja, o disco não lhes faz justiça.

Errorr

  • 20241213 - ERROR @ Musicbox
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Para os Máquina este será o último de uma série de concertos na residência que mantiveram no Music Box durante  este ano e que trouxeram inclusive as colaborações em palco de Surma e Tó Trips a interpretarem respectivamente Prata (2024, Fuzz Club) e Dirty Tracks For Clubing (2023, Saliva DIva).

55 minutos de concerto que agarraram toda a plateia desde o primeiro minuto, sem respirar uma vez mais. Os Máquina continuam a expandir o seu frenesim dançável, numa relação cada vez mais simbiótica com o seu público.

Com mais algumas datas no horizonte, a preencher a semana seguinte, os Máquina estão de facto num pico de forma invejável por todas as razões e mais algumas. A energia que emanam e atraem em seu torno, parece prestes a explodir, mas ao mesmo tempo parece já ter explodido e que tudo o resto a que assistimos agora é apenas uma gigante onda de choque dançável e libertadora que desejamos que não acabe nunca.

Máquina

  • 20241213 - Máquina @ Musicbox
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  • 20241213 - Máquina @ Musicbox
  • 20241213 - Máquina @ Musicbox

 

 

Hun Hun  – https://hunhun.bandcamp.com/

Máquina – Música | MAQUINA.

Errorr – Música | ERЯORR