Luís Macedo nasceu em Lisboa, estudou informática no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), e em 2006, o seu interesse pela fotografia aprimorou-se com a aquisição da primeira câmara fotográfica digital. Foi nesta altura que começou a fotografar de uma forma mais intensa e regular, e a “beleza da fotografia de rua e do fotojornalismo” lhe despertou a criatividade. Em 2011 decidiu juntar duas das suas paixões, a música e a fotografia, iniciando a fotografia de palco.
A necessidade de dar conteúdo “à mensagem da fotografia“, projetou-o para a fotografia documental e iniciou um contacto direto com os músicos. Foi nesta altura que se apercebeu da conexão existente entre os próprios músicos, e como “estas ligações são fundamentais para a resiliência artística e cultural em geral, e, mais concretamente, na música” (in, Proxymidade, Prólogo)
Após dezenas de artistas fotografados, em nome próprio e para várias revistas de música surge, em 2017, a ideia de criar “um livro e uma exposição, onde pudesse conciliar o retrato, o documental, o texto e uma narrativa (…) mais profunda sobre a música e a conexão humana”. E assim iniciou o processo criativo desta rede de Proxymidade.
Findo todo o trabalho de edição e escolhas das fotografias, organização de texto, paginação, capa e contracapa, começou um outro turbulento desafio, a procura de editora. E este foi sofrido. A ideia alternativa de se propor a um crowdfoundig tomou forma quando se cruzou com a plataforma PPL. A ampulheta começou a correr dois meses antes e o investimento em divulgação foi grande. O valor a angariar permitiria para além da edição do livro, os custos de produção e logística da exposição. E no dia 14 de fevereiro, com o apoio de muitas beneméritas pessoas e a bênção de S. Valentim, o objetivo fora atingido. De facto, e segundo as palavras do próprio, ” a cultura sem o apoio de quem a consome, seja por crowdfunding, seja pela compra dos produtos, dos livros, dos bilhetes, continuará a definhar e poderá se extinguir sobre as pressões que sentimos na realidade do mundo atual.”
Com um perfecionismo acima da média, alguma teimosia e uma boa dose de resiliência, o livro foi editado pela By the Book e o seu lançamento aconteceu no dia 23 de março, a par da inauguração da exposição, na Biblioteca do Palácio Galveias em Lisboa.
Proxymidade é uma rede de conexões, em que o primeiro artista fotografado fala de um outro que, de alguma forma, o marcou no seu percurso artístico. A densidade da rede avoluma-se e vai criando um mosaico de conexões dos artistas músicos retratados. De tal modo, que este é o primeiro volume de um total de três.
A festa de inauguração contou com a presença de vários artistas que estão retratados no livro, com três apontamentos musicais da cantautora brasileira Bárbara Rodrix e, a cargo da mesa de DJ, esteve o Bruno Brites com o bom gosto musical da Chasing Rabbits (Record Store).
O Luís Macedo é um dos colaboradores da nossa revista, e por isso não poderíamos deixar de marcar presença neste dia tão importante para ele, para nós e para todos aqueles que fazem da música um balsamo terapêutico.
As salas do 1º andar das Galveias encheram-se de gente bonita e não somente dos músicos que tinham a sua fotografia exposta. Familiares, amigos, colegas, amigos de amigos e amigos de conhecidos e conhecidos de amigos! Três editoras, três mulheres que acreditaram desde o primeiro momento neste projeto e se empenharam de corpo e alma para o concretizar. A exigência do autor, esteve ao nível da exigência das editoras, e isso contribuiu seguramente para a qualidade gráfica do livro. O prefácio é de Paula Borges Rodrigues, que entre muitas reflexões sobre o autor e o propósito do conteúdo, evidenciou nas suas palavras que Proxymidade é um símbolo de “esperança“. E nos tempos que estamos a viver, “não devemos alimentar o medo, mas sim alimentar a curiosidade“. “Começou no sonho (…) aprendi muito com este caminho”, as palavras do autor foram sendo intercaladas com os bonitos temas de Bárbara Rodrix, “Querer”, “Encontro” e “Na beira”.
O primeiro volume de Proxymidade inclui os seguintes artistas músicos:
Alexandre Manaia, Ana Lua Caiano, André Barros, André Fernandes, André Viamonte, António Vasconcelos Dias, Barbara Rodrix, Beatriz Nunes, Benjamim, Bernardo Couto, Bernardo Moreira, Bilé, Cabrita, Caio, Cristina Branco, David Pessoa, Edu Mundo, Elisa Rodrigues, Evaya, Feodor Bivol, Filipe Gonçalves, Francisco Rebelo, Francisco Sales, Hélder Bruno, Ivo Palitos, Janeiro, Jhon Douglas, Joana Alegre, João Carreiro, João Farinha, João Frade, João Gil, João Gomes, João Neves, José Moz Carrapa, JP Simões, Leo Middea, Leonor Arnaut, Luís Figueiredo, Luís Guerreiro, Márcio Augusto, Maria João, Miguel Araújo, Miguel Rodrigues, Milhanas, Mimicat, Mirza Lauchand, Nelson Cascais, Patrick Ferreira, Paulo Borges, Paulo Novaes, Pedro de Castro, Pedro Jóia, Pity, Polivalente, Raul Misturada, Rita Maria, Rods Rodrigues, Rui Alves, Rui Veloso, Samuel Palitos, Sandra Baptista, Sandra Martins, Sara Ross, Selma Uamusse, Surma, The Legendary Tigerman, Tiago Maia, Toni Fortuna, Valter Lobo, Vicente Palma, Zé Gui Vasconcelos Dias.
A exposição Proxymidade estará patente na Biblioteca das Galveias até ao próximo dia 12 de abril. Apareçam!